Filme do Dia: Polly Wants a Doctor (1944), Howard Swift

 


Polly Wants a Doctor (EUA, 1944). Direção: Howard Swift. Rot. Original: Dun Roman. Música: Edil Kilfeather.

O papagaio Polly não aguenta mais receber bolachas como refeição. Pela janela, observa que o bode se refastela com um bocado de tralhas. O bode faz sua defesa de seu regime e, não satisfeito, planeja um “banquete” para Polly, com peças típicas de um ferro-velho, regado a óleo e terebentina. O papagaio se torna um jukebox ambulante, após engolir toda uma coleção de vinis, oferecidos como sobremesa. 

Provavelmente Polly é um primo pobre que emerge na cola do mais famoso Zé Carioca, da Disney. Polly, ao contrário, não está associado ao imaginário “distante” tropical do Brasil. E, demonstra a modéstia de sua produção ao ser produzido em p&b já em meados dos anos 40, quando desde o início da década anterior a produção de animação vinculada aos maiores estúdios já era em cores – a série a qual esse curta integra, Phantasies, seria a última que um grande estúdio produziria e p&b, inclusive. A relativa pobreza de valores de produção é compensada por um ferino (e sutil) senso de humor, como a sofisticação afetada do bode ao servir seus “manjares”, seu desejo mal contido de começar a dançar de imediato com o papagaio, e a loucura que toma conta do papagaio após ter engolido os vinis, evocativa de alucinações causadas por drogas ou álcool, chegando a se duplicar em meio a sua dança endiabrada. Ou ainda um áudio tipicamente de um comentarista sobre uma ação militar para o sobrevoo do papagaio. E a ótima tirada final, após o jato/pagagaio cair com força extraordinária sobre seu anfitrião.  Produzido por Dave Fleischer. Columbia Pictures/Screen Gems para Columbia Pictures. 6 minutos e 27 segundos.

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