Filme do Dia: The Dinosaur and the Missing Link: A Pre-Historic Tragedy (1915), Willis H. O'Brien

 


The Dinosaur and the Missing Link: A Prehistoric Tragedy (EUA, 1915). Direção e Fotografia: Willis H. O’Brien.

Na Idade da Pedra, Duke e Stonejaw Steve pretendem a mão de Araminta, filho de Rockface. Rockface fala que os rivais terão que trazer a caça da refeição. Wild Willie, um gorila que é dor de cabeça para os locais, resolve também ir caçar, mas o dinossauro que escolhe como montaria o deixa desacordado, provavelmente morto. O mais jovem Teophilus Ivory-Head, ao qual havia sido encomendado algo mais leve (pesca), aproveita-se e se sagra como herói diante de todos, afirmando que havia matado o gorila.

As brincadeiras com os anacronismos que quase sempre serão motivação para o elemento cômico, seja contemporaneamente ou ainda no cinema mudo (O Passado Pré-Histórico, A Antiga e a Moderna) ou décadas após e no campo da animação (Os Flinstones), aqui emergem em temas vinculados ao triângulo amoroso, coqueluche dos filmes de dois rolos contemporâneos, mas mais especificamente com referências vinculadas a termos comuns a “pedra” e igualmente celebridades da época (como a família Rockefeller) e, numa referência mais explícita, no diálogo em que Araminta afirma que ofereceria um chá a seus pretendentes, caso esse já tivesse sido inventado.  Não por acaso O’Brien trabalharia nos efeitos de filmes como O Mundo Perdido (1925) e, sobretudo King Kong (1933), do qual já apresenta um antepassado similar com relativa desenvoltura e semelhança com seu parente cinematográfico mais célebre. Animação com bonecos de um dos pioneiros na técnica e com graça e encanto (a exemplo de  um dos pioneiros do desenho animado, que também recorria a figuras pré-históricas como Winsor McCay) não faltando sequer a presença de um rio e uma canoa. Como em McCay o triunfo da técnica se sobrepõe a quaisquer laivos de uma história mais elaborada, algo aliás nada incomum a animação por muitas décadas. Aparentemente, embora a qualidade da imagem da cópia em questão esteja péssima, não se segue o que se convencionou na maior parte da história da animação (e não apenas) dos mais diversos gêneros, representando-se, de modo verossímil, o sexo do gorila. Além do título, um dos momentos mais divertidos é o que Teophilus tenta caçar um pássaro grande, com uma flecha, mas acerta no traseiro de um dos aspirantes a Araminta. Que a história do triângulo não se desenvolva e meio que se dilua em meio à dispersão narrativa parece menos problemático que o oposto. Conquest Pictures Co./Herman Wobber para General Film Co. 6 minutos e 13 segundos.

 

 

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