Filme do Dia: Os Inocentes (1961), Jack Clayton

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 Os Inocentes (The Innocents, Reino Unido, 1961). Direção: Jack Clayton. Rot. Adaptado: John Mortimer, William Archibald & Truman Capote, a partir do conto A Volta do Parafuso, de Henry James. Fotografia: Freddie Francis. Música: Georges Auric. Montagem: Jim Clark. Dir. de arte: Wilfred Shingleton. Figurinos: Motley. Com: Deborah Kerr, Peter Wyngarde, Meg Jenkins, Michael Redgrave, Martin Stephens, Pámela Franklin, Clytie Jessop, Isla Cameron.

A Srta. Giddens (Kerr) é contratada por um tio (Redgrave) para ser governanta em uma mansão onde vivem duas crianças órfãs, com a promessa de não mais procurá-lo sob qualquer hipótese. Ela se encanta inicialmente com as crianças, Miles (Stephens) e Flora (Franklin), porém logo acredita que o lugar é assombrado pelas almas de um casal de amantes já morto, Peter Quint (Wyngarde) e a Srta. Jessel (Jessop), que acredita dominar os espíritos das crianças.
Essa produção se tornou célebre por sua atmosférica e sombria adaptação de James, já pressentida no canto infantil que se escuta antes mesmos dos créditos, antecipando a união entre o universo do horror e o mundo infantil através igualmente de uma canção semelhante em O Bebê de Rosemary (1968), de Polanski. O efeito assustador que o filme pretende provocar diz respeito, antes de mais nada, a essa associação entre infância e perversidade – ainda que aqui uma perversidade provocada pelo além, mais do que pertencente às próprias crianças. A relativa parcimônia com que todos os eventos misteriosos se sucedem, balizada pelo belo trabalho de câmera e límpida fotografia em preto&branco são um dos trunfos do filme, ainda que muitos de seus efeitos (tais como as risadas que se escutam em vários momentos) tenham se tornado por demais clichês para soarem interessantes. A interpretação de Kerr vem se somar a tudo isso. Seu tom fabular e uma certa aderência ao universo infantil, ainda que aqui tudo seja mais observado pelo ponto de vista do olhar adulto, sugerem uma comparação com o igualmente atmosférico O Mensageiro do Diabo (1955), de Laughton. Aqui, deve-se destacar uma tensão grandemente erótica entre Giddens e o pequeno Miles – ele a beija na boca a certo momento, ficando seu rosto manchado de batom num dos episódios mais expressivos do filme, mas ela é que o beija ao final. Achilles/20th Century-Fox Film. Co. 100 minutos.

Postada originalmente em 12/09/2018

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