Filme do Dia: Bodakungen (1920), Gustaf Molander

 


Bodakungen (Suécia, 1920). Direção e Rot. Original: Gustaf Molander. Fotografia e Montagem: Adrian Bjurman. Dir. e arte: Nils Whiten. Com: Hilda Castegren, Egil Eide, Frans Enwall, Josef Fischer, Uno Henning, Axel Högel, Harald Molander, August Palme, Wanda Rothgardt, Winifred Westover.

Soren (Eide) é um agricultor autoritário, que destrata seus serviçais e possui uma longeva intriga familiar com outro agricultor, de perfil distinto, Marten (Palme). Com grandes dificuldades financeiras, o último parte desgostoso de sua propriedade, com a filha Eli (Westover). Quando sua própria filha, Gunnel (Rothgardt), única pessoa que ama e tem alguma influência sobre ele, afasta-se, abandona o local. Após um longo tempo distante de casa, Hans (Henning), irmão de Eli, retorna. Hans apaixona-se por Gunnel. Existe há barreira da tradicional intriga familiar a impedir que levem o seu amor adiante, no entanto. Até o momento em que um andarilho surge bastante adoecido e é acolhido por Hans, que constrói. Ele se encontra moribundo e pede que chamem Eli. Eli fala para Gunnel, e quando essa vai até a casa, o velho morre após um último esforço para acolher a filha, em meio a emoção do reencontro. Hans e Gunnel podem agora unir seus afetos.

Tendo sobrevivido incompleto ou não, não se acompanha sem dificuldade a trama básica. Observa-se certo talento, não muito auto-chamativo, na lide com a encenação, como é o caso de Eli que surge praticamente dentro da imagem já posta, no momento, ainda no início, observando um pai atormentado de uma brecha de outro aposento. Ou mesmo da primeira imagem do filme, espécie de Rastros de Ódio as avessas, na qual se observa o taciturno  Marten fechar a porta para uma escuridão, refratária de seu estado de espírito. E outros em que os elementos dramáticos são postos de forma cristalina, como a corte à sonhadora filha do pai atormentado e vilipendiado pelo vilão. Porém, a interrelação entre os núcleos dramáticos soa um tanto frágil para que se possa situar de fato os acontecimentos e suas repercussão de forma mais detida. Filme de estreia do realizador. Navegando no melodrama que seria o gênero por excelência que se dedicaria ao longo da carreira, há desde o início muito demarcado o maniqueísmo em relação aos dois proprietários agrícolas, e a maldade ou bondade inata que apenas podem se transformar a custa de muito sofrimento, como é o caso da remissão de Soren e patética morte, com as cartelas a justificarem que a havia conseguido em vida. AB Skandinavisk Film Central. 68 minutos.

 

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