Filme do Dia: O Cinegrafista de Rondon (1979), Jurandyr Passos Noronha

 


OCinegrafista de Rondon (Brasil, 1979). Direção: Jurandyr Passos Noronha.

Repleto de stills e voz over, o memorialista (Carmen Santos, Panorama do Cinema Brasileiro) evoca a trajetória do Major Thomaz Reis (Ao Redor do Brasil) ao lado da Comissão Rondon,  comparando-a (um tanto apressadamente, diga-se de passagem, dado o caráter muito mais aprofundado e inevitavelmente extenso do material) com os cinegrafistas dos Lumière nos primórdios das imagens em movimento. Ainda que o filme siga os passos do documentarismo acadêmico, traz uma trilha sonora um tanto dissonante com algo mais convencional nesse campo. Os índios praticamente só surgem em suas imagens próximo ao final. Quanto a seu comentário sobre o pobre estado de preservação do material filmado por ele, boa parte desaparecido em incêndios, parece confirmar o estado cíclico, quando não quase sempre periclitante, do acervo fílmico nacional como um todo, tornando-se o material produzido depois de algum tempo verdadeiros sobreviventes. Não há qualquer detenção mais crítica-reflexiva sobre os modos da abordagem às culturas indígenas de como se deu o contato entre essas culturas, ainda que frisando o momento histórico no qual foram captadas, pois o prumo, como em seus outros filmes, é hagiográfico. Também não faltam datas precisas, dia, mês e ano, para vários momentos da trajetória do realizador, inclusive sua morte ao filmar uma demolição, em 1940, atingido por uma pedra. Embrafilme. 9 minutos e 35 segundos.

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