Filme do Dia: Jeux des Reflets et de la Vitesse (1925), Henri Chomette

 


 

Jeux des Reflets et de la Vitesse (França, 1925). Direção e Rot. Original Henri Chomette.

Inicialmente observa-se superfícies de vidro rodopiando em efeito caleidoscópico e quase próximo da abstração. Depois tem-se um trem se aproximando de Paris, em velocidade supersônica (provocada pelo efeito de montagem acelerada). A partir de um determinado momento, passa-se para as águas e um barco em velocidade similar, que se aproxima da Cidade-Luz, beira a Catedral de Notre-Dame e passa por baixo de várias de suas pontes. Quando ocorre de passar por uma que passa um trem, voltamos a perspectiva férrea. Mais próximo do final há um efeito de sobreposição de imagens (algumas vezes duplicada) e também de ângulos exóticos ou invertidos. Brincadeira que se iniciará com o trem sobre os trilhos e logo passará a motivos como a Torre Eiffel, que vemos virar de ponta cabeça. As imagens de veículos ferroviários observados de baixo de ângulos incomuns, assim como os próprios efeitos de sobreposição em geral, antecipam muitos dos efeitos que serão celebrizados por Vertov em seu Um Homem com a Câmera e pode-se indagar se Marie Menken era conhecedora dessa produção, já que os momentos em que o comboio ferroviário adentra tuneis e observamos os bulbos de luz se transformar em algo praticamente abstrato pela hipervelocidade, nos lembra  imediatamente de Lights, enquanto a movimentação urbana fluvial em ritmo acelerado aqui observado será utilizada em Go!Go!Go, ambos curtas de meados dos anos 60. Se algumas vezes é insinuado um elo de ligação da passagem de uma série de imagens para outra – caso do trem observado do rio, e aí o retorno das imagens a partir desse – na maior parte das vezes, tal dinâmica não terá vínculos tão facilmente observáveis.| 8 minutos e 15 segundos

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