Filme do Dia: O Casarão Isolado (1909), D.W. Griffith
O Casarão Isolado (The Lonely Villa, EUA, 1909). Direção: D.W. Griffith. Rot. Adaptado: Mack Sennet, baseado na peça de André de Lorde. Fotografia: G.W. Bitzer & Arthur Marvin. Com: David Miles, Marion Leonard, Mary Pickford, Gladys Egan, Adele DeGarde, Mack Sennet
Talvez o que mais chame a atenção,
dentre as muitas coisas significativas, nesse filme de Griffith, seja a sua
economia narrativa. Tudo é contado em seu exíguo tempo, com uma dinâmica
proporcionada pela continuidade das ações e com inclusive tempo suficiente para
dois momentos de montagem paralela – no primeiro deles, fazendo uso do que se
tornaria habitual, o telefone, como motivação para acentuar o suspense: a
mulher com invasores em casa conta tudo ao marido pelo telefone; no segundo,
alterna-se o carro se aproximando com o marido, policiais e voluntários e a
ação dos bandidos. Mas talvez nenhuma cena signifique melhor sua economia
narrativa do que o plano final no qual não apenas é representada a captura dos
bandidos como o abraço final da família novamente reunida. O tema da família
burguesa ameaçada faz parte do repertório de Griffith desde seu primeiro filme,
As Aventuras de Dollie (1908), na
figura de um cigano – aqui, pelo contrário, os ciganos fazem é ceder a carroça
que levará a comitiva que enfrentará os bandidos. Entre os detalhes que chamam a atenção se
encontra a sensibilidade aguçada da
filha mais nova, a primeira a quase pressentir que há algo errado, clichê
talvez oriundo da tradição melodramática teatral e a ausência de entretítulos,
o que mais uma vez demonstra sua concisão narrativa. Sensação que talvez ainda
seja mais acentuada por essa versão parece conter uma imagem por demais rápida
já que a duração original do filme é de cerca de 9 minutos. Destaque para uma
Pickford ainda anterior ao seu estrelato, vivendo a filha mais velha do casal.
Biograph. 7 minutos e 32 segundos.
Comentários
Postar um comentário