Filme do Dia: Cabíria (1914), Giovanni Pastrone
Cabíria (Itália, 1914). Direção: Giovanni
Pastrone. Rot. Adaptado: Gabriele D´Annunzio & Giovanni Pastrone baseaedo
no livro de Tito Lívio. Fotografia: Augusto Battagliotti, Eugenio Bava, Natale
Chiusano, Segundo de Chomón, Carlo Franzeri & Giovanni Tomatis. Música:
Manlio Mazza & Ildebrando Pizzetti. Com: Carolina Catena, Lidia Quaranta,
Gina Marangoni, Dante Testa, Umberto Mozzato, Bartolomeo Pagano, Raffaele di
Napoli, Emilio Vardannes, Edoardo Davesnes, Italia Almirante-Manzini,
Alessandro Bernard, Luigi Chelini, Vitale Di Stefano.
300 A.C. Durante uma forte erupção do
Etna, Cabíria (Catena), ainda criança e sua ama Croessa (Marangoni) são
sequestradas por piratas e vendidas como escravas em Cartago, sendo a primeira
escolhida para servir como sacríficio para o deus Moloch. Acaba sendo salva, no
entanto, pelo nobre romano Fulvio (Mozzato) e seu escravo Maciste (Pagano). O
último é feito prisioneiro, enquanto a
criança fica aos cuidados da Rainha Sophonisba (Almirante-Manzini). Dez anos
depois, Fulvio parte atrás de Maciste e, encontrando-o e libertando-o, buscam
por Cabíria. Cartago finalmente é derrotada pelos romanos e Cabíria retorna com
Fulvio para Roma.
Épico nacionalista que, na época, foi
utilizado como instrumento de exaltação da expansão colonialista na África.
Superprodução como provavelmente não houve equivalente anteriormente no cinema,
o filme influenciaria grandemente Griffith com seu Intolerância (1916). Porém, ao contrário do realizador
norte-americano, ainda faz uso de uma narrativa bem menos associada com a decupagem
dos planos que Griffith e outros realizadores americanos viria se tornar
normativa para o cinema até os dias de hoje. Aqui, ao contrário, quase nunca se
utiliza planos fechados para descrever ações que se apreentam em planos mais
abertos. Tampouco seu enredo rocambolesco pode se equiparam a bem mais
condensada e focada narrativa dos épicos mais pretensiosos dirigidos por
Griffith. Sua monumentalidade visual, presente em cenários grandiloquentes e
centenas de extras, permanece
impressionante nessa cópia restaurada com apresentação de Scorsese. Tais
características, associadas a sua excessiva metragem, acabaria se tornando
modelar não apenas para Griffith como para produções épicas posteriores como as
dirigidas por Cecil B. DeMille na década de 20, atualizadas na década de 50 em
cores e Cinemascope. Italia Film. 162 minutos.
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