Filme do Dia: Macbeth: Ambição e Guerra (2015), Justin Kurzel
Macbeth: Ambição e Guerra (Macbeth, Reino Unido/França/EUA, 2015).
Direção: Justin Kurzel. Rot. Adaptado: Jacob Koskoff, Michael Lesslie &
Todd Louiso, a partir de peça de William Shakespeare. Fotografia: Adam Arkapaw.
Música: Jed Kurzel. Montagem: Chris Dickens. Dir. de arte: Fiona Cromble &
Nick Dent. Cenografia:
Alice Felton. Figurinos: Jacqueline Durran. Com: Michael Fassbender, Marion
Cotillard, Paddy Considine, Lynn Kennedy, David Thewlis, David Hayman, Jack
Reynor, Brian Nickels, Sean Harris.
Macbeth (Fassbender) recebe a visita
de três feiticeiras que afirmam que ele
virá a ser um dia o Rei da Escócia. Ambicioso e volúvel, é incentivado pela
esposa (Cotillard), Macbeth esfaquei até a morte o atual rei (Thewlis),
sagrando-se rei. Porém, passa a se remoer de remorsos e também de paranóia, aumentando
seus atos violentos.
Apresentando a história de forma
segura e destituída de sentimentalismo, o filme não descarta sequencias
sanguinolentas como a observada ao início (que já haviam tido destaque na
versão de Polanski dos idos da década de 70, cujas locações foram próximas
dessa produção), ainda que seja menos nessas ou em destacar psicologicamente
seus personagens que o filme acertadamente opte, preferindo descortinar a
estratégia mais ampla, afastando-se do ponto de vista colado ao personagem
quando esse se encontra em estado emocional visivelmente alterado. Se cenários
grandiosos como o da catedral são exceção, predominando os rústicos
acampamentos nos campos de batalha e o realismo das locações pode se bater com
a lírica do bardo em um estranhamento não necessariamente negativo, algo que a
produção de Welles de 1948, talvez ainda a melhor adaptação para o cinema, não
precisava se preocupar com sua construção cênica bastante devedora do teatro, o
mesmo já não pode ser dito de seu planejamento visual como um todo, demasiado
marcado por uma estética próxima das dos filmes de aventura e épicos
contemporâneos que também são situados em épocas passadas. Às mortes de uma das
tragédias mais sanguinolentas de Shakespeare se opta seja pela descrição
gráfica de muitas delas, como a do próprio rei, deixando de fora a de Lady
Macbeth, já entrevista em seu leito de morte. See-Saw Films/DMC para The
Weinstein Co. 113 minutos.
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