Filme do Dia: Colpa del Sole (1951), Alberto Moravia

 


Colpa del Sole (Itália, 1951). Direção e Rot. Original: Alberto Moravia. Com: Strelsa Brown, Giancarlo Sbragia, Clotilde Scarpita.

Um homem (Sbragia) e uma mulher (Scarpita) em ambiente sofisticado, discutem o que aparenta ser o fim do envolvimento amoroso entre ambos, no sofá da sala de estar da mulher. O homem ameaça ir embora. A mulher demonstra indiferença. Um jovem casal surge  na área verde diante da casa. A mulher comenta que parecem apaixonados. Pouco depois, o homem do jovem casal atira contra a mulher. Impactados, o homem que observa faz menção de acudi-la, mas é impedido pela mulher, que agora afirma que o quer presente e passam a se beijar, enquanto um grupo de transeuntes se aproxima do corpo,  ao que tudo indica inerte, da vítima.

Esse excêntrico curta foi o único testemunho do célebre escritor enquanto diretor, ao contrário das dezenas de adaptações de sua obra (ao menos duas delas clássicos do cinema, O Desprezo e O Conformista). Ainda que a ação, a seu modo, parece quase tão sintética quanto a do ainda mais curto  Assassinato, observa-se que aqui as ações do casal são bem mais detalhadas e a relação dessas com o casal mais jovem (que poderia sugerir uma referência a eles no passado) parece se encontrar em um plano mais difusamente esotérico e de provável referência psicanalítica que a mera “mostração” de um ato como no caso do cineasta polonês. E se a cena visada também pode traçar paralelos com o cinema, e o casal como espectadores confortáveis no seu sofá, seu final emula galhofeiramente o de uma peça com a cortina da sala cerrada a pedido da mulher. 6 minutos.

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