Filme do Dia: A Última Gargalhada (1924), F.W. Murnau
A Última Gargalhada (Der Letzte Mann, Alemanha, 1924).
Direção: F.W. Murnau. Rot. Original: Carl Mayer. Fotografia: Robert Baberske
& Karl Freund. Música: Guiseppe Becce. Montagem: Edgar G. Ulmer, Robert
Herlth & Walter Röhrig. Com: Emil Jannings, Maly Delschaft, Max Hiller,
Emilie Kurz, Hans Unterkicher, Olaf
Storm, Hermann Vallentin, Emmy Wida.
Porteiro de hotel (Jannings), perde
toda a dignidade após descobrir que, devido a sua avançada idade, foi
transferido para servente de banheiro. Acostumado a impor respeito no bairro
humilde onde mora, com seu engalanado uniforme, tem que roubá-lo para continuar
mantendo as aparências. Porém não conseguirá mantê-las por muito tempo, já que
a tia do noivo de sua sobrinha leva seu almoço no hotel e descobre tudo,
afastando-se dele. Desesperado e quase catatônico, ele desperta críticas dos hóspedes.
Porém, um milionário, compadecido da sua situação, reserva sua herança para ele
e sua vida repetinamente transforma-se, quando menos esperava.
Esse filme de Murnau, célebre pela
ousada e então inédita fluidez da câmera, demonstrada já no plano-seqüência
inicial e reputado como uma de suas obras-primas, não se encontra entre seus
melhores filmes. O requinte visual do filme faz com que sejam dispensados os
entretítulos, recurso impensável no cinema mudo. O epilógo, uma imposição do
célebre produtor Erich Pommer, que procurava contornar o excessivo pessimismo
do filme, torna-se um exercício de auto-ironia, pedindo desculpas pela
inverossimilhança da brusca mudança, mas afirmando que o roteirista (o célebre
Carl Mayer) sentira-se apiedado do personagem. Reunindo a nata do cinema alemão
da época, o filme conta ainda com a presença de Jannings, maior astro do cinema
alemão de então, Edgar G. Ulmer,
cineasta de longa carreira no cinema americano e diretor do notável O Gato Preto (1934), como assistente de
direção e diretor de arte e o exímio cinegrafista Karl Freund. Em vários
momentos, a confusão mental do protagonista é expressa por distorções nas
lentes e efeitos ópticos semelhantes. Foi refilmado na década de 1950, com Romy
Schneider no elenco. UFA. 90 minutos.
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