Filme do Dia: O Marinheiro de Gibraltar (1967), Tony Richardson


O Marinheiro De Gibraltar
O Marinheiro de Gibraltar (The Sailor from Gibraltar, Reino Unido/EUA, 1967). Direção: Tony Richardson. Rot. Adaptado: Christopher Isherwood, Don Magner & Tony Richardson, baseado no romance homônimo de Marguerite Duras. Fotografia: Raoul Coutard. Música: Antoine Duhamel. Montagem: Antony Gibbs. Dir. de arte: Marilena Aravantinou. Cenografia: Josie MacAvin. Figurinos: Jocelyn Rickards. Com: Ian Bannen, Jeanne Moreau, Vanessa Redgrave, Orson Welles, Zia Mohyeddin, Hugh Griffith, Umberto Orsini, Erminio Spalla.
Alan (Bannen) entediado britânico em férias pela Itália, decide abandonar a sua esposa Sheila (Redgrave) após acreditar que a relação só lhe traz tédio e passa a ter um romance com a rica Anna (Moreau), uma francesa que herdeu a fortuna do marido. Juntos, eles visitam os mais diversos locais do mundo, a bordo do iate de Anna, o Gibraltar, atrás de um marinheiro que, segundo ela, teria sido o homem mais fascinante que jamais conhecera. Mesmo com os constantes fracassos, eles não desistem e continuam sua busca.
É triste constatar como em poucos anos as pretensões de Richardson, que realizara excelentes filmes associados ao Free Cinema no início da década, como Odeio Essa Mulher e Um Gosto de Mel acabaram por se contentar em produzir essa medíocre adaptação de Duras, desperdiçando tanto um excelente elenco como equipe técnica em um filme que vai de nada a lugar nenhum. Tolo e inócuo, inicia como uma cópia inferior de Viagem à Itália, de Rossellini, porém descamba rapidamente para um auto-pastiche gratuito repleto de bobas alusões metanarrativas e um vazio tão incomensuravelmente grande quanto os dos próprios personagens que retrata. Poucas vezes a excelente fotografia de Coutard e o talento de Moreau foram tão mal aplicados. Lidando com um universo semelhantemente claustrofóbico e misógino, Polanski realizou produções bem mais interessantes como A Faca na Água e Armadilha do Destino. Orson Welles aparece numa breve passagem. Duras, que realizou roteiros para algumas produções célebres como Hiroxima, Meu Amor (1959) de Resnais, foi mais bem adaptada até mesmo na superprodução convencional O Amante de Annaud. Curiosamente, Redgrave separou-se de Richardson por ele ter se envolvido com Moreau, repetindo a situação vivida pelo protagonista do filme. Woodfall Film Productions/United Artists. 91 minutos.

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