Filme do Dia: The Ducktators (1942), Norm McCabe




The Ducktators (EUA, 1942). Direção: Norm McCabe. Rot. Original: Melvin Millar. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown.
Numa fazenda repleta de gansos e patos, um casal de patos se assusta com a presença de um ovo negro, do qual nasce um pinto que se transformaria em Hitler Duck, um pato agitador que consegue convencer a maioria tola. Junta-se a ele o menos popular e atrapalhado Mussollini Duck e, por fim, chega do Oriente nadando um pato nipônico, Hirohito Duck. As forças do mal representadas por eles são combatidas ferozmente pelo inicialmente pacifista  Pombo da Paz, em pouco tempo a presença dos três não representando mais que troféus na parede da casa desse.
Essa produção, soberbamente conservada e realizada em p&b, e apresentando uma qualidade no traço da animação, que em cerca de uma década praticamente se perderia,  é uma aguerrida peça de propaganda, em que mesmo o seu tom mais exaltado de ódio, contando com a presença de momentos em que Hitler fala em alemão e Mussolini em italiano, que funciona ainda menos que a média produzida então, pela fábula – aparentemente inspirada pela Revolução dos Bichos de Orwell – simplesmente não acontecer de todo. Tendo como título a corruptela de ditadores e como imagem final a propaganda para arrecadação de bônus de guerra, como era comum então, não existe nenhuma menção à morte, cruzes, cadáveres, aviões de guerra ou qualquer coisa do gênero, como foi o caso de outras peças de animação da época como Education for Death, esse curta teve trechos apropriados pelo documentário Imaginary Witness: Hollywood and the Holocaust (2004), de Daniel Anker. Destaque para a verve poética do Pombo da Paz, que declama poemas metrificados com uma entonação profissional. Leon Schelesinger Studios para Warner Bros. 7 minutos e 40 segundos.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: El Despojo (1960), Antonio Reynoso

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng