Filme do Dia: Gold Rush Daze (1939), Cal Dalton & Ben Hardeway




Gold Rush Daze (EUA, 1939). Direção: Cal Dalton & Ben Hardaway. Rot. Original: Melvin Millar. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown.
Cliente de um posto de gasolina indaga do frentista sobre ouro e esse afirma que há muito tempo não há nada do tipo e lhe conta sobre as aventuras que vivenciara quando jovem, na febre do ouro de 1849, quando chegara na região. Após lhe narrar a história um novo boato sobre ouro chega ao posto e o frentista se apossa do carro do cliente e parte.
Mesmo que visualmente não seja exatamente digno de nota – e que Hardaway não tenha exatamente feito história na série Merry Melodies, do qual essa animação é um exemplar, posteriormente se tornando sobretudo roteirista e embarcando para a série  concorrente protagonizada pelo Pica-Pau – a dimensão narrativa faz aqui chamar a atenção. Além da maior parte da ação é observada a partir do flashback memorialístico de seu protagonista, evocando o que faria o cinema noir poucos anos após e a dimensão que chama a atenção para o ato narrativo, pode-se pensar ainda que há uma dimensão fabular na mesma, com o frentista inicialmente sendo tão ingênuo quanto seu cliente na situação contemporânea, por mais que não faça sentido em termos etários, já que o episódio teria ocorrido nada menos que 90 anos antes. Se é verdade que há uma caricaturização do tipo caipira encarnado pelo frentista, de sotaque sulista e cuspindo em meio a sua fala, numa muito provável alusão aos negros, o elemento da cidade não deixa de ser uma caricatura do almofadinha de paletó, e sendo lesado pela eterna febre de ouro do caipira inclusive, nesse que é um universo de cachorros antropomorfizados. Não há referência a nenhuma figura feminina, demarcando ainda mais um ambiente um tanto inóspito e pouco civilizado. Leon Schlesinger Studios para Warner Bros. 7 minutos e 10 segundos.

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