Filme do Dia: Tulpan (2008), Serguei Dvortsevoy


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Tulpan (Alemanha/Casaquistão/Polônia/Rússia/Suiça, 2008). Direção: Serguei Dvortsevoy. Rot. Original: Gennadi Ostrovsky & Serguei Dvortsevoy. Fotografia: Jolanta Dylewska.  Montagem: Petar Markovic & Isabel Meier. Dir. de arte: Roger Martin. Figurinos: Gaziza Korskyeva. Com: Ashkhat Kuchencherekov Samal Esljamova, Ondas Besikbasov, , Tolepbergen Baisakalov, Bereke Turganbayev.
Asa (Kuchencherekov) é um jovem que viveu no mundo urbano e retorna as estepes do Casaquistão, onde pretende casar com a única moça da região que se encontra solteira, Tulpan. Porém, ela o rejeita por conta de suas orelhas avantajadas, e Asa não só não pode realizar o sonho de possuir seu próprio rebanho, pois precisa ser casado para tanto,  como tem que se submeter aos impropérios de seu rude cunhado, Ondas (Besikbasov).
Talvez a maior fraqueza dessa produção seja o acumulo de estratégias dramáticas já amplamente domesticadas pelo público ao qual potencialmente se destina. O que implica desde a ambientação em costumes e cenários “exóticos” até uma evidente dimensão paternalista, no estilo “bom selvagem”, para com seu protagonista. Se no primeiro caso o filme se aproxima parcialmente de Os Camelos Também Choram, ainda que sua pretensão documental pseudo-etnográfica seja menor ou menos bem sucedida do que aquele, no último caso a referência básica é Nanook. Porém, a lista é bem mais extensa, incluindo uma tradicional figura de coadjuvante identificado com o humor, enquanto o protagonista representaria a dimensão mais próxima do conflito e do sério-dramático. E ainda a mescla entre o tradicional e o moderno, típica referência a um mundo globalizado, observado sobretudo por uma veia cômica, através da menção ao príncipe “americano” Charles ou a canção da época da discoteca que um dos personagens insiste em escutar.  Falta densidade e soçobra uma evidente busca de identificação fácil com o espectador, através de, para além de tudo já citado, cacoetes que possam ser facilmente associados a cada personagem. Sua conclusão, aliás, espelha muito da narrativa clássica padrão, em que a resolução de um conflito secundário – no caso, a morte misteriosa dos filhotes de ovelhas – também se torna chave para a resolução do drama principal, ou seja, o drama do protagonista, mesmo que a situação não se feche de modo tão conclusivo. Un Certain Regard em Cannes. Pallas Film/Pandora Films para The Match Factory. 100 minutos.

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