Filme do Dia: Anjos Rebeldes (1966), Ida Lupino
Anjos Rebeldes (The Trouble with Angels, EUA, 1966).
Direção: Ida Lupino. Rot. Adaptado: Blanche Hanalis, baseado no romance de Jane
Trahey. Fotografia: Lionel Lindon. Música: Jerry Goldsmith. Montagem: Robert C.
Jones. Dir. de arte: John Beckman. Cenografia: Victor A. Gangelin. Figurinos:
Helen Colvig. Com: Hayley Mills, June Harding, Rosalind Russell, Barbara
Hunter, Binnie Barnes, Camila Sparv, Marge Redmonds, Dolores Sutton, Jim Boles,
Kent Smith, Pat McCaffrie.
Duas jovens,
Mary Clancy (Mills) e Rachel Devery (Harding) chegam para uma permanência de
três anos no internato de St. Francis, que as transformará em amigas
inseparáveis. As duas não conseguem se adaptar a moral rígida da instituição e entram
em confronto direto com a Madre Superiora (Russell). Cansada de suas
peripécias, que culminam com a chamada do corpo de bombeiros, a Madre Superiora
decide falar com seus responsáveis, o tio de Mary, George (Smith) e o pai de
Rachel (McCaffrie). Porém, decide mantê-las no colégio. Quando se aproxima do
final do curso, Mary começa a se interessar cada vez mais em seguir os passos
da Madre. No momento da formação, quando são anunciados os nomes das novas
noviças, para a surpresa de todos, ela se encontra entre as duas, para a ira da
amiga Rachel.
Apesar
desse último filme na carreira de Lupino, em cores e com enredo bem mais
decepcionantemente convencional que suas produções independentes em
preto&branco da década anterior, marcantes por seu olhar agudo sobre a
sociedade americana tais como O Bígamo,
a marca de seu talento persiste na interpretação de Russell, que consegue dar
uma nuance bastante sensível e longe de caricata a personalidade autoritária de
seu personagem, assim como no senso de ritmo e na concisão narrativa, quando
comparado a uma seqüência, Diabruras dos
Anjos Rebeldes (1968), dirigida por outro realizador. Tampouco pode se
deixar de observar que o olhar proto-feminista de Lupino se casa à perfeição
com um elenco em que os homens não passam de meros coadjuvante, beirando
extras. Dito isso, a “conversão” para o mundo adulto efetuado pela protagonista
parece bem menos interessante em seu tom conformista que a subliminar veia
homoerótica na relação entre as duas garotas. Destaque para a animação que
compõe os créditos iniciais, típica do período. Columbia Pictures. 112 minutos.
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