Filme do Dia: Melodia de uma Vida (1999), Paola di Florio

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Melodia de uma Vida (Speaking in Strings, EUA, 1999). Direção: Paola di Florio. Fotografia: Peter Rader. Música: Karen Childs. Montagem: Ellen Goldwasser. Com: Nadja Salerno-Sonnenberg.
Esse documentário relata  algo da irrequieta e excêntrica personalidade da violinista Nadja Salerno-Sonnemberg que, ao contrário do que é habitualmente praxe no mundo da música erudita, expressa todas as emoções que sente no momento em que toca, através de movimentos corporais ou das freqüentes lágrimas. Deixando de lado a música, o documentário detêm-se apenas na relação peculiar que Nadja vivencia com a mesma, que divide a opinião dos críticos musicais, alguns a acusando de ofuscar os compositores com sua personalidade. Tendo vivenciado uma infância traumática por sua paixão precoce pela música clássica e o abandono do pai quando possuía dois anos, acompanhamos Nadja em encontros com a família,  momentos de depressão, assediada por um admirador desequilibrado, reencontrando colegas de escola, assim como depoimentos de amigos e da mãe sobre o longo processo de depressão e recuperação de Nadja, que culminou com uma tentativa de suicídio. Porém, ao contrário de outro documentário que apresenta uma relação semelhante entre autor/intérprete e obra, Crumb, aqui sempre ressoa uma confortadora dose de altruísmo moral – presentes já a partir tanto do título original, como do título em português - na descrição da personalidade traçada, aproximando-se mais das facilidades que o sentimentalismo e o estilo”lição de vida” podem trazer em termos de empatia com o público, tal e qual Shine (1996). Outro passo em falso é o próprio tom sensacionalista com que o filme aborda a trajetória de Nadja, sendo que até o final não sabemos ao certo se ela ainda permanece viva ou não. E, por fim, a moral da história que pode ser expressa na frase de sua mãe que comenta que se deve chegar próximo da morte para valorizar a vida, soa inadequada quando através de todos os momentos retratados, percebe-se uma alternância entre euforia e depressão na personalidade de Nadja, que dificilmente pode ser analisado – pelo menos do momento em que parte o filme, apenas um ano após a maior depressão e quando Nadja ainda chora ao recordar-se do período – como algo superado ou mesmo superável. CounterPoint Films. 73 minutos.

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