Filme do Dia: As Mil e Uma Noites Arábes (1959), Jack Kinney




As Mil e Uma Noites Arábes (1001 Arabian Nighs, EUA, 1959). Direção: Jack Kinney. Rot. Original: Czenzi Ormonde, Dick Shaw, Dick Kinney, Leo Salkin, Pete Burness, Lew Keller, Ed Nofziger, Ted Allan, Margaret Schneider & Paul Schneider. Música: George Duning. Montagem: Carl Bennett & Skip Craig. Dir. de arte: Abe Levitow.
No mundo das 1001 noites, Abdul Aziz Magoo possui um sobrinho, Aladdin,  que se encanta pela filha do sultão, Yasminda, prometida por esse para o corrupto tesoureiro real Wazir, por ser o homem mais rico do reino. A situação começa a se transformar quando surge uma lâmpada encantada.
Longa que procura tirar proveito, sem grande sucesso, da popularidade do personagem de Magoo que, nesse mesmo ano, por sinal, teria seu último episódio produzido para o cinema. A mescla entre o influente estilo de animação da UPA, que logo seria seguida, sem maiores escrúpulos que os do barateamento dos custos, pela animação televisiva, como regra, com toques de certa crítica social e o universo do conto de fadas ao qual era acostumado Kinney em sua experiência em longas metragens para a Disney (As Aventuras de Peter Pan, Pinóquio, Dumbo) soa um tanto indigesta, mesmo que no frigir dos ovos, alguns poucos momentos surjam de fantasia delirante. Ainda assim, a presença do número musical no momento de fantasia mais exacerbada, em que Aladdin e Yasminda se encontram em um desfile de rua,  sintetiza como o projeto soa em falso, nem sendo um musical, apesar do número musical nesse momento (ao som da canção You Are My Dream), nem tampouco apresentando qualquer conotação de crítica social dos episódios com o personagem, sobretudo logo quando de seu surgimento. Soa uma despedida do cinema algo exótica para um Kinney que, mesmo tendo sido influenciado provavelmente pelo estilo UPA, em seus curtas para a Disney (dentre eles, alguns se tornariam clássicos como Pateta no Trânsito), lida com uma trupe de animadores que caricatura explicitamente o perspectivismo, na forma em que apresenta a falta de perspectiva entre o chão do castelo e os pés que o pisam. Talvez essa tentativa de dialogar com mais de uma tradição se deva não apenas a se tratar da primeira investida do estúdio (e da própria Columbia) no universo do longa-metragem de animação como igualmente a quantidade de roteiristas que contribuíram para o projeto.  Como nos episódios para o cinema e os da série para a TV que se seguiria, a partir do ano seguinte, a voz de Magoo é de Jim Backus (Juventude Transviada). UPA para Columbia Pictures. 73 minutos.

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