Filme do Dia: The Voice of the Violin (1915), Ben Turbett
The Voice of the
Violin (EUA, 1915). Direção: Ben Turbett. Com: Helen Fulton, Pat O’Mailey,
Robert Brower, Carlton S. King.
Violinista,
Jack (O’Mailey) se encontra apaixonado pela moça a quem ensina violino,
Marjorie (Fulton), mas percebe que o
irmão, Herbert (King), favrorito do pai (Brower), pediu-a em noivado. O irmão,
no entanto, é um boêmio e mulherengo incorrigível. Um vendedor oferece um
violino stradivarius por 7 mil dólares como oferta, pois terá que empreender
uma viagem. Jack não possui o dinheiro. Logo, no entanto, ambos os irmãos são
beneficiados por uma herança. Jack imediatamente compra o violino, enquanto o
irmão perde o dinheiro no jogo e, quando está assaltando furtivamente o cofre
da família, é flagrado por Jack, pondo a culpa neste, no que o pai prontamente
acredita. Jack vai morar em Nova York. Quando a promissória de Herbert chega as
mãos do pai, esse se atormenta por ter sido injusto com Jack e contrata um
detetive para procura-lo sem sucesso. Marjorie convence o pai a partirem para
Nova York.
O que mais
chama a atenção de imediato nessa produção, além da incompreensão inicial do
que de fato está acontecendo, somente estabilizada após uns dois minutos de
ação, é a proximidade dos personagens (e
de suas reações!), como na tocante cena em que o violinista flagra sua aluna
com o pedido de noivado do irmão. E também as facilidades com que os obstáculos
do herói rapidamente se arranjam, de forma próximo da caricata -a herança que
os irmãos recebem é o plano seguinte ao do violino oferecido por uma quantia
alta para ele – quando a ordem soaria menos inverossímil se fosse o oposto da
apresentada. Apesar do título idêntico, a produção de 1909 dirigida por
Griffith, que também conta com um amor de um violinista por sua aluna, possui
enredo distinto. Destaque para o momento, hoje quase risível, em que a
convenção do conhecimento da injustiça praticada contra Jack assoma nas faces
do pai e de Marjorie. E também para o duplo merchandising, em causa própria, da
“loja musical Edison”, sem que a cartela deixe de antecipar que “embora
desconhecidos”, o pai e Marjorie são convidados para uma degustação musical em Nova
York que o reunirá com o filho, via um disco, produzido novamente pela firma
Edison. Que pai e futura nora se comportam como se estivessem em uma mera
viagem turística é curioso. E a maior surpresa de todas é que, diante do
anêmico reencontro, entre pai, filho e
amada, em termos de drama, esse último
vem a ser completamente solapado ao final pela enfática apologia ao que Jack
observa como sendo laboratórios, mais que uma mera fábrica, onde em experimentações com os registros musicais já
foram gastos cerca de 2 milhões de dólares, e observamos uma panorâmica do
enorme complexo com vário edifícios, com direito a um breve plano do próprio
Edison, que remonta aos tempos em que imagens de orientação ficcional e documental se mesclavam de
forma tão pouco orgânica quanto, tais como Execution
of Czolgosz with Panorama of Auburn Prison (1901), de Porter. Edison Co.
para General Film Co. 20 minutos.
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