Filme do Dia: Footnote to Fact (1933), Lewis Jacobs


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Footnote to Fact (EUA, 1933). Direção: Lewis Jacob.
Era para fazer parte de uma tetralogia sobre a depressão americana e acebou sendo o único. Jacobs utiliza uma montagem hiper-acelerada. Enquanto uma mulher se balança numa cadeira, numa ação que mais parece de um exercício repetido, o mundo também se movimenta lá fora.  Há evidentes alusões a Eisenstein, sobretudo no momento em que contrapõe porcos abatidos e homens em situação semelhante, esparramados no chão. Jacobs parece ironizar com a classe média. A jovem a certo momento parece acordar de seu estado de torpor, porém as imagens mais distintas entrevistas (crianças brincando na rua, desempregados, manifestações fascistas e anti-fascistas) a motivam não para uma tomada de consciência, como seria de se esperar no seu modelo soviético (nesse caso, por se tratar da protagonista do filme), mas para o suicídio com gás. Seu panfletarismo um tanto esquemático  – a sequência muito acelerada de montagem ocorre próximo ao final, auxiliada pelo ritmo da música, talvez seja a mais interessante do filme – o afasta de um registro do cotidiano mais poético e menos redutor,  como o do contemporâneo A Bronx Morning  (1931), de Jay Leyda.  Há algo de incômodo, sobretudo, na composição das imagens documentais colhidas e a personagem da mulher se balançando, que bem poderia ser uma ironia a mão que balança o berço e movimenta a história no Intolerância (1916), de Griffith, mas esse contraste é uma das piores coisas do filme, já que a mulher acaba soando extremamente fake, mesmo caricata. Dado como perdido por longo tempo, foi redescoberto na década de 1990. 11 minutos.

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