Filme do Dia: Lancelot do Lago (1974), Robert Bresson

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Lancelot do Lago  (Lancelot du Lac, França/Itália, 1974). Direção: Robert Bresson. Rot. Adaptado: Robert Bresson, baseado no conto de Chrétien de Troyes. Fotografia: Pasqualino De Santis. Música: Philippe Sarde. Montagem: Germaine Lamy. Dir. de arte: Pierre Charbonnier. Figurinos: Grès. Com: Luc Simon,  Laura Duke Condominas,  Vladimir Antolek-Oresek,  Humbert Balsan,  Patrick Bernhard,  Arthur De Montalembert.
         Lancelot (Simon), retorna de uma cruzada sanguinolenta e infrutífera em busca do cálice sagrado e reencontra a amada Guinevere (Condominas), que é a jovem prometida ao Rei Arthur (Antolek-Oresek). Guinnevere casa-se com Arthur. Preparando-se para um torneio real de cavaleiros, esse terá que enfrentar contra si a fúria de Modred (Bernhard), que recusa a sua tentativa de conciliação, e que planeja uma emboscada para assassiná-lo. Embora decidido a recusar o amor de Guinevere, cede ao seus encantos. Porém no momento em que vai possuí-la, esta se recusa e afirma que ele não deveria participar do torneio, e sim encontrar-se com ela, após a saída dos outros cavaleiros. Lancelot, no entanto, participa  do torneio e sagra-se o grande vencedor. Fere inclusive o jovem Gawain (Balsan), um grande admirador de sua galhardia e sobrinho de Arthur. Ferido em uma estocada desleal, Lancelot mesmo assim vai ao encontro de Guinnevere e leva-a para si. Sobre a eminente ameaça do conflito com as tropas de Arthur, Lancelot cede ao apelo de Guinneve para que esta volte a morar com Arthur. Mal chegando em casa, porém, fica sabendo que Modred reuniu combatentes para lutarem contra as forças de Arthur, adere as forças do mesmo, morrendo em combate com todos seus cavaleiros, expressando seu amor por Guinnevere no último momento.
              A lenda de Arthur perde sua dimensão de expressão carregada de gestos e de grande dramaticidade épica com que habitualmente foi tratada pelo cinema e ganha sua expressão “pianino”, onde a expressividade se dá antes por sua contenção – como na cena em que Lancelot e Guinnevere trocam juras de amor em tom monocórdio. Da mesma forma segue o ritmo dos planos, que se empenham em apresentar apenas o que é de essencial para a compreensão do drama. Em boa parte das seqüências utiliza-se no início– ou mesmo em sua integralidade - da câmera à altura  dos cavalos. O amor entre Lancelot e Guinnevere é um contraponto ao  mundo em que o massacre, a pilhagem e a luta escarniçada pelo poder imperam – no início e final Bresson não poupa cenas da violência dos conflitos. CFDC/Gerico Sound/Laser Films/Mara Films/ORTF. 85 minutos.


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