Filme do Dia: O Cheiro do Ralo (2006), Heitor Dhalia


O Cheiro do Ralo (Brasil, 2006). Direção: Heitor Dhalia. Rot. Adaptado: Heitor Dhalia & Marçal Aquino, baseado no romance de Lourenço Mutarelli. Fotografia: José Roberto Eliezer. Música: Apollo. Montagem: Pedro Becker & Jair Peres. Dir. de arte: Guta Carvalho. Figurinos: Tica Bertani & Patricia Zuffa. Com: Selton Mello, Paula Braun, Roberto Áudio, Flavio Bauraqui, Wolney de Assis, Alice Braga, André Frateschi, Fabiana Guglielmetti, Sílvia Lourenço, Lourenço Mutarelli.
Lourenço (Mello) compra objetos usados para revender. Ele decide abandonar a noiva (Guglielmetti) há um mês do casamento e passa a ficar obcecado pelo traseiro de uma garçonete (Braun) e por um olho que lhe é vendido, e que afirma que fora do seu pai. Ao seu crescente desequilíbrio emocional Lourenço associa o fedor exalado pelo ralo do banheiro. Inicialmente incomodado por ele, torna-se refém de seu odor.
Esse ensaio sobre uma personalidade esquizofrênica é menos interessante por seus sketches de humor derivados do absurdo das situações apresentadas que por uns breves respiros de lirismo em meio a alucinação crescente de seu protagonista. Infelizmente o que predomina é o primeiro e o filme se torna um tanto quanto arrastado e aparentemente indeciso entre o humor leve das situações que apresenta em seu decorrer, caso dos clientes de Lourenço e do próprio e uma pretensão maior de acompanhar os contornos peculiares da lógica de seu protagonista para além do elemento cômico, talvez a pequena parcela mais interessante e menos lapidada do filme. Há algo, enfim, que o aproxima negativamente das pequenas situações cotidianas e tipos bizarros como em O Balconista, de Kevin Smith. Quanto a utilização de uma rede de tubos e conexões como metáfora da própria tessitura de associações aleatórias que ganham uma lógica própria ver tanto Spider quanto Barton Fink, sendo que o último faz com que a câmera deslize por dentro do duto de uma pia. Branca Filmes/Geração Conteúdo/Tristero Filmes. 112 minutos.

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