Filme do Dia: Nu entre Lobos (1962), Frank Beyer


Nu entre Lobos (Nackt unter Wölfen, Alemanha Oriental, 1962). Direção: Frank Beyer. Rot. Adaptado: Bruno Apitz, Willi Schafer & Alfred Hirschmeier, baseado no romance do primeiro. Fotografia: Günter Marczinkowsky. Montagem: Hildegard Conrad. Dir. de arte: Alfred Hirschmeier. Figurinos: Günter Schmidt. Com: Erwin Geschonneck, Gerry Wolff, Armin Müeller-Stahl, Krystyn Wójcik, Bruno Apitz, Victor Awbjuschka,  Fred Delmare, Christoph Engel, Fred Ludwig.
         Uma criança judia encontrada em uma mala subitamente muda a rotina do campo de concentração de Buchenwald. Para escondê-la dos oficiais nazistas, Pippig (Delmare) é morto e três outros torturados, permanecendo dois encarcerados. Tendo em mãos uma lista de mais de vinte homens que participam de uma espécie de resistência dentro do campo de concentração, alguns oficiais nazistas decidem matá-los, enquanto outros, mais moderados como Bochow (Wolff) são contrários à idéia e temem irem à forca por crime de guerra. Após a “resistência” ter conseguido esconder todos os homens da lista, quando o comando do campo se divide sobre qual atitude tomar com relação aos prisioneiros, devido à iminente chegada do exército americano, muitos dos presos são mortos, sendo que os dois encarcerados envolvidos com o garoto judeu conseguem escapar. Logo, todo o campo comemorará sua libertação do jugo nazista.
         Baseado em romance autobiográfico de Apitz, que também participa como ator, esse filme pode ser considerado o anti-Inferno nº 17, onde Billy Wilder acentua somente as características negativas dos personagens. Mesmo que a tradicional imagem caricata do oficial nazista se encontre presente, as divergências entre os oficiais da SS são evidenciadas em vários momentos. O mesmo pode-se afirmar dos presos que resistem em maior ou menor grau à pressão da tortura psicológica e física que sofrem e não se escusam de se atormentarem sobre se agiram certo ou errado ao não entregarem à criança, depois de todo o sofrimento decorrente da opção seguida. Mesmo que sua estrutura narrativa convencional, amparada pelos cacoetes do filme de suspense, demonstre ser grandemente previsível e emocionalmente manipuladora o seu tom humanista, longe de demagógico, proporciona momentos emocionantes como a comemoração coletiva do final do cativeiro. DEFA. 116 minutos.

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