Filme do Dia: O Crocodilo (2006), Nanni Moretti
O Crocodilo (Il Caimano, Itália, 2006). Direção: Nanni Moretti. Rot. Original:
Francesco Piccolo & Federica Pontremoli, sob argumento deNanni Moretti & Heidrun Schleef. Fotografia: Arnaldo
Catinari. Música: Franco Piersanti. Montagem: Esmeralda Calábria. Dir.de arte:
Giancarlo Basili. Figurinos: Lina Nerli Taviani. Com: Silvio Orlando,
Margherita Buy, Jasmine Trinca, Michele Plácido, Giuliano Montaldo, Antonio
Luigi Grimaldi, Nanni Moretti, Jerzy Stuhr.
O realizador de produções trash Bruno Bonomo, pretende realizar sua volta ao cinema, dez anos
após seu último filme, com uma produção sobre Cristóvão Colombo. Porém, após a
desistência do produtor, ele aceita o roteiro da inexperiente Teresa (Trinca),
obra crítica ao primeiro-ministro Sílvio Berlusconi. Ao mesmo tempo, seu
casamento com Paola (Buy) se encontra em frangalhos, e Bruno passa a morar em
outro local. Seus ciúmes da ex-esposa o fazem passar por situações vexatórias.
Longe de seus filmes mais inspirados (Caro Diário, Aprile)
Moretti volta a lidar com uma série de estratégias já utilizadas em suas
produções anteriores, tais como, personagens semelhantes a si própros na vida
real, crítica política, relação entre realidade e ficção, metadiscurso, etc. O
resultado final, é menos interessante pela recorrência de elementos já
presentes em seus filmes anteriores do que pela ineficácia seja em termos de
humor ou dramáticos das situações descritas. Mesmo a original e ousada
referência direta ao homem mais poderoso da Itália tampouco é pródiga em
originalidade. O filme, enfim, parece se
render a estratégias dramáticas mais convencionais. Nesse sentido, se
encontra a própria inclusão na banda sonora de The Blower´s Daughter (hit presente na trilha de Perto Demais) e flertes com um
sentimentalismo habitualmente ausente na obra de Moretti. Existem inúmeras
referências, evidentemente, ao próprio universo do cinema italiano, ao período
do filme político engajado e aos atores que se tornaram “astros” nesse tipo de
produção, assim como realizadores (no caso, contando com a participação de um
dos cineastas do cinema político italiano dos anos 1970, Giuliano
Montaldo). Bac Films/France 3
Cinéma/Sacher Film/Stéphan Films para Sacher Distribuizone. 112 minutos.
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