Filme do Dia: Amor, Plástico e Barulho (2013), Renata Pinheiro
Amor,
Plástico e Barulho (Brasil, 2013). Direção: Renata Pinheiro. Rot. Original:
Renata Pinheiro & Sérgio Oliveira. Fotografia: Fernando Locket. Música:
Yuri Queiroga & DJ Dolores. Montagem: Eva Randolph. Dir. de arte e
Cenografia: Dani Vilela. Figurinos: Joana Gatis. Com: Maeve Jinkings, Nash
Laila, Rodrigo Garcia, Samuel Vieira, Leo Pyrata, Dedesso, Everton Gomes,
Jennyfer Caldas, Paulo Michelotto.
Uma jovem dançarina, Shelly (Laila) e aspirante a cantora e
uma cantora experiente, Jaqueline (Jinkings), que mesmo tendo emplacado alguns
sucessos, depara-se com o declínio.
Longa de estreia da realizadora não parece ter conseguido um
bom resultado final, em grande parte por conta da falta de orientação da sua
própria trama e pela inconsistência de suas pretensões voltadas a demonstrar o
quão efêmero é o sucesso, verdadeira máquina a triturar sonhos e aspirações das
duas mulheres que, ao final, não possuem mais que a amizade uma da outra. O
próprio filme, no entanto, parece se contaminar pela efemeridade para a qual
aponta. Em grande parte ao não dar corpo com maior solidez as personagens que
retrata. Tudo parece demasiado raso e superficial para se tornar envolvente. A
outra saída, a de trabalhar a própria superfície tampouco se torna iluminador.
E nem sempre consegue ser feliz no que poderia extrair melhor de tais momentos
efêmeros, como é o caso de um momento algo grotesco de um ensaio no qual
Jaqueline canta uma canção de apelo bem humorado e sexualmente quase explícito
chorando. Mesmo a relação provável da utilização de espelhamento possível entre
as mulheres, sendo cada uma o futuro-passado da outra tampouco deixa de ser
comprometido pelo desarranjo na composição da própria narrativa. E não muito
feliz igualmente é a inclusão de matérias jornalísticas, como a da confusão da
inauguração de um shopping em Recife, com as pessoas pateticamente se
atropelando. Tais imagens, à guisa talvez de comentário paralelo do momento no
qual o filme foi produzido acaba se tornando pouco orgânico dentro do mesmo.
Neon Prod./Aroma Filmes/Milk Wood. 82 minutos.
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