Filme do Dia: Conto Cruel da Juventude (1960), Nagisa Oshima
Conto
Cruel da Juventude (Seishun Zankoku
Monogatari, Japão, 1960). Direção e Rot. Original: Nagisa Oshima.
Fotografia: Takashi Kawamata. Música: Riichiro Manabe. Montagem: Keiichi
Uraoka. Dir. de arte: Koji Uno. Com: Yusuke Kawazu, Miyuki Kuwano, Yoshiko
Kuga, Fumio Watanabe, Shinji Tanaka, Yosuke Hayashi, Shinjiro Matsuzaki,
Toshiko Kobayashi.
Makoto (Kuwano) é uma secundarista que conhece e se apaixona
por Kyioshi (Kawazu), que alterna momentos de ternura e rudeza. Em pouco tempo,
ele consegue dinheiro, explorando o interesse que a garota desperta em outros
homens. Ela engravida, porém. Kyioshi furta dinheiro de outra amante para o
aborto. Makoto dorme com outro homem, mais velho e gentil. Ela conta tudo a
Kyioshi que a espanca. Porém, Kyoshi morre vítima de uma gangue que quer
descobrir o paradeiro de Makoto, que é atropelada.
Primeiro de uma trilogia de filmes que Oshima realizou para
a Shochiku que acabaria provocando o seu rompimento com a companhia.
Fotografado em cores fortes, o que lhe dá um toque gráfico ausente das
primeiras produções da Nouvelle Vague contemporâneas com quem tem sido
habitualmente comparado, essa produção compartilha com a última o gosto pela
deambulações em ruas e pelas locações em geral, assim como pela intimidade,
trabalhada aqui de modo ainda mais ousado. O tom de contestação política, apenas
levemente referido, tornar-se-á mais evidente posteriormente. A forte misoginia
da cultura japonesa é retratada no modo cru e violento com que são tratadas as
mulheres. Oshima também já deixa evidente o seu interesse pela sexualidade, que
se tornará o tema central e explícito de seu O Império dos Sentidos (1976), sendo quase tão avançado na
abordagem desse quesito para o momento quanto esse o será na década seguinte.
Foi censurado na Inglaterra à época.
Shochiku Ofuna. 96 minutos.
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