Filme do Dia: Terra Avançada (2005), Albert Elings & Eugenie Jansen
Terra Avançada (Voorland, Holanda, 2005). Direção: Albert Elings e Eugenie Jansen. Rot. Original: Albert Elings.
Regiões alagadas da Holanda que se tornarão canteiro de obras para a construção de uma futura ferrovia se tornam motivo para um diário poético de quase uma década de acompanhamento em que a beleza de inusitados detalhes – como a cena quase hipnoticamente abstrata de uma lesma se apoiando precariamente em uma folha para não sucumbir a enchente – são de maior interesse para o filme que qualquer viés narrativo mais ortodoxo. O resultado final, um tanto quanto frustrante em termos narrativos, cumpre ressaltar, é dotado de um certo senso poético e panteísta que o aproximaria de nomes como Aleksandr Dovjenko ou o compatriota do realizador e igualmente documentarista Joris Ivens. Sua força, em grande parte, deriva de uma temporalidade dilatada nos planos apresentando muitas vezes motivos recorrentes, seja o plano anteriormente referido da lesma ou o de um pássaro que se debate diante de um carro ou mesmo motivos ainda mais triviais, em que se busca ressaltar uma natureza em contato com o homem de maneira bem mais orgânica que nas frias descrições dos técnicos que trabalham para a ferrovia ou na empostada festa de comemoração de inauguração da mesma. 71 minutos.
Regiões alagadas da Holanda que se tornarão canteiro de obras para a construção de uma futura ferrovia se tornam motivo para um diário poético de quase uma década de acompanhamento em que a beleza de inusitados detalhes – como a cena quase hipnoticamente abstrata de uma lesma se apoiando precariamente em uma folha para não sucumbir a enchente – são de maior interesse para o filme que qualquer viés narrativo mais ortodoxo. O resultado final, um tanto quanto frustrante em termos narrativos, cumpre ressaltar, é dotado de um certo senso poético e panteísta que o aproximaria de nomes como Aleksandr Dovjenko ou o compatriota do realizador e igualmente documentarista Joris Ivens. Sua força, em grande parte, deriva de uma temporalidade dilatada nos planos apresentando muitas vezes motivos recorrentes, seja o plano anteriormente referido da lesma ou o de um pássaro que se debate diante de um carro ou mesmo motivos ainda mais triviais, em que se busca ressaltar uma natureza em contato com o homem de maneira bem mais orgânica que nas frias descrições dos técnicos que trabalham para a ferrovia ou na empostada festa de comemoração de inauguração da mesma. 71 minutos.
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