Meu Caro Diário, 12/05/2004
quarta – encontrei Jakson e Dark hoje no terminal rodoviário. Estava me
sentindo cansado e meio estressado com o trânsito lesma da USP até a Paulista,
onde tinha que devolver um livro na biblioteca da FIESP. Depois peguei um metrô
e, pela primeira vez – infelizmente – sem o meu passe gratuito, que tragédia!
Foi bom falar com eles, estar com eles. Senti Dark mas desprendida. Eles
embarcaram para Bariloche. Fiquei com inveja mais da (sic) viajem em si que
propriamente da relação deles. Acho que já vivenciei algo semelhante e não
sinto a menor nostalgia, pelo menos no momento. Hoje teve aula de Ismail e ele
foi novamente brilhante fazendo uma análise de São Bernardo. No final da aula, no meio do assédio generalizado,
fiz uma pergunta e ele me respondeu de forma tão simpática, ele é a simpatia em
pessoa. O meu amigo gay, André, estava arrasado, pois seu gato, companheiro de
oito anos, teve que ser sacrificado hoje. Consegui me desvencilhar dele hoje
com uma certa sinceridade, já que pensava realmente em almoçar no bandejão, mas
nada feito. Somente para os alunos da USP. Visitantes pagam cinco reais. Acabei
indo no restaurante do centro de convivência lá próximo que foi o primeiro
lugar que almocei na USP e almocei por três paus e pouco. I´m so tired, i donno what to do. I´m so tired,
i´m feeling so upset. Amanhã sonho em dar processo a minha nova
identidade. No metrô que voltava um cara me encarou com uma fixidez que nunca
vi por aqui. No início fiquei na dúvida se era aborrecimento por ter olhado
para ele ou paquera mesmo. Acho que era a segunda opção. Quase chorei, meus
olhos ficaram marejados e nada dele desviar seu olhar. Só me lembrei, para
variar, da técnica de dinâmica de grupo (o nome naquela época era bem outro mas
não saberia dizer) que a Lygia Clarke fazia com os estudantes que fez com que
um jovem africano conseguisse encarar as pessoas no metrô. Estou com tanta
vontade de acessar a Internet, ver mails, procurar informações, mandar mails,
falar no telefone com Firmino, que me ligou segundo o registro, mas o idiota do
Josué está ao telefone há um tempo incomensurável. Jakson me emprestou 50 paus.
Achei meio louco a proposta, mas acabei aceitando e vindo com a nota no bolso.
Ele me disse que Paulo Monteiro descobriu sua verdadeira vocação: ser
diplomata.
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