Filme do Dia: The Moonshiner (1904), Wallace McCutcheon

 


The Moonshiner (EUA, 1904). Direção: Wallace McCutcheon. Fotografia: G.W. Bitzer. Com: Wallace McCutcheon, Gayne Withman.

Um grupo de homens produz ilegalmente bebida ao qual troca por milho numa casa próxima. Um agente da lei observa a ação e avisa para seus colegas. Segue-se uma ação policial que encontra resistência por parte dos foras-da-lei resultando em mortes de ambos os lados.

Mais longo que outros filmes do período (The Mystery of the Missing Jewel Casket, The Nihilist)  e com extensão similar ao de muitos dos filmes dirigidos por Griffith na Biograph quase dez anos após, ainda assim não possui a mesma clareza na apresentação de sua narrativa que o primeiro, aproximando-se mais do segundo, em que a relativa complexidade da trama, ao menos se comparada a das similares de então, como os filmes de perseguição não é beneficiada pela curta extensão da metragem, excessivo foco em ações que não acrescentam muito em termos narrativos (como as ações no alambique improvisado ou no momento da troca pelo milho) e nem tampouco trazem nenhuma dimensão visualmente fantástica como era o caso de Méliès em ações similares (Viagem à Lua) e ausência de uma decupagem a partir dos planos mais abertos, algo então inexistente. McCutcheon, como Porter (e muitas vezes também com Porter), foi um nome fundamental nesse período de elaboração de um cinema de pretensões narrativas. Suas contribuições não devem ter passado despercebidas de Griffith, que chegou a ser ator para McCutcheon (em O Pesadelo de um Escultor). Como passa a ser mais ou menos comum então (vide A Vida e Paixão de Jesus Cristo, de Zecca), faz-se uso aqui de uma panorâmica ainda mais generosa que as presentes naquele, para enquadrar o personagem que se desloca a abrir uma porteira. Destaque para os estertores devidamente exagerados que antecedem a morte (de um dos vilões), seguido pelo crime pelas costas da mulher, demonstrando sua perfídia, contra o assassino do bandido (seu amante?), a quem abraça calorosamente e acompanha o fim, numa antecipação em décadas a Bonnie & Clyde.  American Mutoscope & Biograph. 13 minutos e 25 segundos.

 

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