Filme do Dia: A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1965), Roberto Santos


Resultado de imagem para a hora e a vez de augusto matraga 1965

A Hora e a Vez de Augusto Matraga (Brasil, 1965). Direção: Roberto Santos. Rot. Adaptado: Roberto Santos & Gianfrancesco Guarnieri, baseado no conto de João Guimarães Rosa. Fotografia: Hélio Silva. Música: Geraldo Vandré. Montagem:  Sílvio Reinoldi. Figurinos: Assis A. Horta. Com: Leonardo Villar, Jofre Soares, Maria Ribeiro, Maurício do Valle, Flávio Migliaccio, Antonio Câmera, Ivan de Souza, Emmanuel Cavalcanti.
Augusto Matraga (Villar) é um cruel fazendeiro que é traído pela mulher (Ribeiro) e por seus capatezes, enfrentando sozinho o seu rival, Major Consilvo (Câmera), quase morrendo. Dado como morto é acolhido por um casal de lavradores e se influencia pelo misticismo deles. Um dia, com a chegada do jagunço Joãozinho Bem Bem (Soares), Matraga se sente na obrigação de partir guiado apenas pelo próprio cavalo. O cavalo lhe traz de volta a sua cidade, no momento em que Bem Bem se encontra em conflito aberto com o padre (do Valle), atrás de vingar a morte de um de seus homens. É hora e vez de Matraga decidir sobre de que lado agir.
Essa notável adaptação de Rosa consegue fugir do tom folclórico que compromete parcialmente o bem realizado O Pagador de Promessas (1962), estréia de Villar no cinema. Aqui a música de Vandré e o ritmo compassado ajudam a criar uma atmosfera propriamente densa, capaz de traduzir  a dimensão eminentemente humana de seu protagonista, repleto de violência, ódio, ternura e compaixão. A paisagem é outro elemento que auxilia na composição quase fabular e atemporal de sua narrativa. A beleza contida de suas imagens evita qualquer sobressalto por demais explícito de pretensões poéticas, como foi o caso da adaptação posterior de Rosa empreendida por Nélson Pereira dos Santos (A Terceira Margem do Rio). Co-produzido por Nélson Pereira, de quem o filme também faz uso de alguns nomes fortemente associados ao filme anterior de Nélson, Vidas Secas, como Maria Ribeiro e Jofre Soares. Difilm/Luiz Carlos Barreto Prod. Cinematográficas para Difilm. 109 minutos.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng

A Thousand Days for Mokhtar