Filme do Dia: Help! (1965), Richard Lester


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Help! (Reino Unido, 1965). Direção: Richard Lester. Rot. Original: Marc Behm & Charles Wood. Fotografia: David Watkin. Música: George Harrison, John Lennon, Paul McCartney & Ken Thorne. Montagem: John Victor-Smith. Dir. de arte: Ray Simm. Figurinos: Dinah Greet, Julie Harris & Arthur Newman. Com: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, Leo McKern, Eleanor Bron, Victor Spinetti, Roy Kinnear.
Clang (McKern) é líder espiritual de uma religião oriental que transforma Ringo Starr (Starr) em seu alvo, quando observa numa apresentação dos Beatles que assiste pela televisão, que o mesmo possui um anel que acredita que ninguém pode permanecer com o mesmo por mais de algumas horas. Com sua assistente Ahme (Bron), passa a seguir Ringo nos mais diversos locais, sempre cometendo atentados que nunca vingam. Os Beatles buscam a ajuda de um cientista, Prof. Foot (Spinetti), que demonstra não só ser louco como também bastante interessado em possuir o anel.
Com uma produção visual excessivamente kitsch e um enredo pavorosamente medíocre, até mesmo em termos comparativos com a produção anterior dirigida pelo mesmo Lester (Os Reis do Iê-Iê-Iê), sobram ao filme pouco mais que algumas gags isoladas que funcionam medianamente (como a do tigre que fica manso ao escutar trechos da Nona Sinfonia de Beethoven) e algumas originais, ao mesmo tempo que inócuas, brincadeiras de metalinguagem. No último caso, talvez o maior destaque sejam os créditos iniciais, que fazem parte das imagens que o vilão assiste em um telão de uma apresentação dos Beatles e que se tornam alvo de seus dardos. Quanto ao resto, trata-se de um desfiar infindável de situações que remetem ao universo das histórias em quadrinhos e da sátira aos filmes de espionagem ao estilo James Bond, entremeadas por algumas canções do grupo. Alguns toques de nonsense, como o surgimento de um homem (vivido pelo assistente da banda Mal Evans) que nada equivocadamente e aparece seja embaixo de uma camada de gelo ou nas praias das Bahamas seriam explorados com pitadas  de psicodelismo no filme seguinte da banda, Magical Mystery Tour. Os números musicais, ainda mais descolados da trama que no filme anterior, são verdadeiros precursores da estética videoclip. You´re Going to Lose That Girl, You´ve Got to Hide Your Love, Ticket to Ride, I Need You, She´s a Woman, The Night Before, Another Girl e a canção-título compõem a seleção. Enquanto composições clássicas (além da já citada, Wagner, Rossini – O Barbeiro de Sevilha nos créditos finais – e Tchaikovsky), formam a trilha sonora não original. Como tema incidental, um arranjo sinfônico para A Hard Day´s Night  surge em momentos esparsos da narrativa. No Brasil, tal estética que une a imagem narcísica do ídolo pop no auge da carreira com enredo completamente secundário e pastiche dos filmes B de aventuras se concretizou nos filmes de Roberto Carlos dirigidos por Roberto Farias – que, aliás, macaqueou muita coisa desse filme em termos de produção visual e argumento em seu Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa (1968).  Subafilmes/Walter Shenson Films. 90 minutos.


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