Filme do Dia: O Homem do Planeta X (1951), Edgar G. Ulmer
O Homem do Planeta X (The
Man from Planet X, EUA, 1951). Direção: Edgar G. Ulmer. Rot. Original:
Aubrey Wisberg & Jack Pollexfen. Fotografia: John L. Russell. Música:
Charles Koff. Montagem: Fred R. Feitshans Jr. Dir. de arte: Angelo Scibetta
& Byron Vreeland. Com: Robert
Clarke, Margaret Field, Raymond Bond, William Schallert, Roy Engel, David
Ormont, Gilbert Fallman, June Jeffery.
John Lawrence (Clarke), reporter nova-iorquino
vai até uma recôndita ilha da Escócia a convite de um cientista e amigo de
longo tempo, Dr. Elliot (Bond), cientista que estuda a aproximação de um
planeta desconhecido, que ele batizou como X, da Terra. Lawrence e a filha do
professor, Enid (Field) se sentem atraídos um pelo outro e ambos desconfiam das
intenções do suspeito cientista, Dr. Maars (Schallert), que é hóspede do
cientista. Após deixar Lawrence em uma pousada, Enid tem um problema com o
carro no retorno para casa e acaba descobrindo um estranho objeto com um ser
ainda mais estranho dentro. Ela foge assutada. O pai e Lawrence retornam ao
local. Eles travam um primeiro contato com o ser que, dado a ajuda deles com o
seu tubo de alimentação de ar torna-se amistoso e os segue até o
castelo onde mora o cientista. Lá, após ter sido importurnado pelo ganancioso Maars,
foge e leva Maars e Enid consigo. Lawrence alerta as autoridades e a população
local também fica consciente de que algo errado está acontecendo após dois de
seus moradores terem desaparecido. Lawrence encontra todos os desaparecidos
trabalhando como zumbis para o ser alienígena e os manda partirem. O ser inicia
uma tranmissão de raios no momento máximo de aproximação de seu planeta, mas
enfrenta o ataque de militares que já se encontram na área.
Esse sofrível filme B, realizado com
orçamento visivelmente modesto e apresentando uma atabalhoada sucessão de
clichês e más interpretações de um elenco desconhecido, todas características
típicas de um gênero que somente ganharia status cultural uma década e meia
após e renasceria, com produções bem mais luxuosas, a partir da geração de
Spielberg, ainda assim guarda um leve senso de criação atmosférica. Longe, no
entanto, das mais inspiradas incursões de Ulmer pelo fantástico tais como O Gato Preto (1934). Se em seu filme
anterior havia uma cenografia moderna raramente associada com o universo do
horror, aqui o tratamento visual o aproxima menos das ficções contemporâneas,
ambientadas em pequenas ou grandes cidades americanas do que das esfumaçadas
charnecas típicas dos filmes de terror que a Universal produziu duas décadas
antes. O resultado final, bastante previsível em todos os seus passos e funções
de cada personagem, assim como na esquemática atribuição de quem deve participar de cada cena, servindo a
gripe do velho cientista para que a narrativa avance, está longe tampouco de se
aproximar dos melhores exampos contemporâneos do gênero, tais como Vampiros de Almas (1956), de Don Siegel. A relativa rapidez com que tudo se resolve nas situações de tensão,
inclusive no confronto final, tampouco o tornam mais atraente. Dignos de notas
talvez se encontrem um pendor para planos longuíssimos, por vezes durando
minutos a fio, nos quais o trabalho de câmera demonstra uma vitalidade
impressionante para as condições de produção precárias nas quais Ulmer dirigiu
seus filmes. Assim como para a figura bizarra do alienígena, mesmo para os
padrões da época, que mais parece ter saído de um desenho-animado. Sherrill C. Corwin
Prod./Mid Century Film Prod. para United Artists. 70 minutos.
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