Filme do Dia: Oi, Mãe (1970), Brian De Palma

 


Oi, Mãe! (Hi, Mom!, EUA, 1970). Direção: Brian De Palma. Rot. Original: Brian De Palma & Charles Hirsch. Fotografia: Robert Elfstrom. Música: Eric Kaz. Montagem: Paul Hirsch. Dir. de arte: Pete Bocour. Com: Robert De Niro, Charles Durning, Jennifer Salt, Alan Garfield, Lara Parker, Bruce Price, Ricky Parker, Paul Bartel.

Recém-chegado em Nova York do Vietnã, Jon Rubin (Niro) tenta ganhar dinheiro no mercado dos filmes de exploração sexual. Tem como idéia filmar as várias cenas exóticas que observa em um prédio de apartamentos em frente ao seu. Após conseguir convencer um produtor a entrar com dinheiro, ele se envolve com a solitária Judy Bishop (Salt), tendo como único intuito filmar a cena de sexo entre ambos em seu apartamento. Quando vai mostrar o resultado para o produtor, acaba percebendo que a câmera não registrou seus malabarismos sexuais e sim o artista plástico nu do apartamento debaixo. Desistindo do negócio, Rubin vende sua câmera e compra uma televisão. Acaba encontrando, por acaso, um cartaz divulgando vaga para policial na representação teatral do grupo Be Black Baby. Participa, então, de uma série de atividades “radicais” do grupo, como humilhar brancos intelectualizados que vão assistir a aapresentação ou participar de ações terroristas.

Essa canhestra produção, que é um dos primeiros longa-metragens do cineasta, embora já demonstre sua óbvia influência de Hitchcock (o mote das filmagens no apartamento em frente uma referência a Janela Indiscreta), hoje parece mais marcada pela falta de um roteiro mais sólido e por tentativas de humor  mal sucedidas que procuram abordar as transformações recentes nos costumes como a liberalização sexual e a emergência do movimento negro. Da mesma forma não há como não perceber a influência massiva da televisão, que se sobrepõe absolutamente a do cinema – não é a toa que o protagonista quando dessiste de sua meteórica e mal sucedida carreira no cinema, acaba vendendo seu material para comprar um monitor de tv – tanto no enredo como na própria forma, com seqüências longas e tediosas reproduzindo as “perfomances” do grupo Be Black Baby em um monitor de televisão em branco e preto. Porém, o resultado final, incluindo algumas baladas que, no entanto, estão distantes de reproduzirem o que havia de melhor no cenário musical do momento, é francamente desapontador e bem inferior ao mais ingênuo e menos pretensioso Agora Você é um Homem (1966), de Coppola. West End Productions. 87 minutos.

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