Filme do Dia: A Garra de Satã (1927), Sidney Olcott

 


A Garra de Satã (The Claw, EUA, 1927). Direção: Sidney Olcott. Rot. Adaptado: Charles Logue, a partir do romance de Cynthia Stockley. Fotografia: John Stumar. Com: Norman Kerry, Clair Windsor, Arthur Edmund Carewe, Tom Guise, Helene Sullivan, Nelson McDowell, Larry Steers, J.Gordon Russell.

Dierdre Saurin (Windsor), uma aristocrata britânica, despreza o amor que lhe é devotado por Maurice Stair (Kerry) porque se encontra completamente obcecada pelos feitos do Major Anthony Kinsella (Carewe). Ele parte para a África do Sul e, Maurice, ciente de que somente ganhará a atenção de Dierdre se realizar um grande feito, também viaja. A própria Dierdre viaja até o acampamento onde se encontram alojados os soldados e tem um breve encontro romântico com Kinsella. Mesmo sabendo posteriormente se tratar de alguém casado não a faz mudar de ideia. Kinsella se torna prisioneiro dos nativos e Maurice apresenta a Dierdre o seu bracelete como prova de sua morte. Ela casa-se então com Maurice. Porém, esse revela que o bracelete era uma falsa prova, já que havia sido comprado por ele. Dierdre fica furiosa. Para se redimir do que fizera Maurice vai em meio a batalha e consegue trazer junto o até então desaparecido Kinsella. Testemunhando o relato de Kinsella sobre a bravura de Maurice ao conseguir trazê-lo de volta, Dierdre decide permanecer com o marido.

Esse melodrama um tanto decepcionante, último filme da prolífica carreira de Olcott (quase 200 títulos em 20 anos) consegue não ser motivador nem em termos de elaboração narrativa, demasiado pouco clara por vezes, nem tampouco visualmente, utilizando praticamente apenas planos com câmera fixa. Ao mesmo tempo consegue ser abertamente partidário do gênero melodramático em uma economia narrativa que dispensa qualquer outro interesse que não seja o triângulo amoroso em questão. De fato, todo o contexto em que os fatos se situam são comicamente irrelevantes diante das questões sentimentais e são essas que motivam, por exemplo, o passaporte para que Maurice finalmente consiga conquistar o objetivo desejado inicialmente, que era realizar um grande feito virtuoso, embora tenha como resposta de sua amada um curioso e fervoroso pedido para que ele continue em batalha, ou seja, com grande risco que ele morra;  enquanto o seu primeiro objeto de amor já está tendo como certo o seu retorno a esposa no Reino Unido e Maurice afirma a ele que é um “bom perdedor”, de forma quase tão incongruente quanto o pedido de sua amada ao final. De longe mais interessante é um dos filmes mais lembrados do realizador hoje, Da Manjedoura à Cruz (1912). A versão original aparentemente contava com 54 minutos. Universal Pictures. 49 minutos.

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