Filme do Dia: The Price (1911), Edwin S. Porter, Phillips Smalley & Lois Weber
The Price (EUA, 1911). Direção: Edwin S.Porter, Phillips Smalley & Lois Weber. Com: Phillips Smalley,
Lois Weber.
Joe (Smalley) se apaixona por Ann (Smalley) e os dois se casam, sob as bênçãos do pai dessa e possuem uma linda filha. O tempo, passa, no entanto, e Ann se sente atraída pelo homem que passa por sua casa e fala com sua filha. Resolve abandonar o marido, deixando uma carta de despedida e se une ao amante, rico, tornando-se conhecida e admirada por toda a sociedade local por sua beleza. Joe fica devastado com a perda da mulher, assim como a criança, que morre pouco tempo depois. O tempo passa e a beleza de Ann se foi. O amante a trai com outra jovem e pede que ela abandone a residência. A perda do amor dele a faz adoecer gravemente. Em seu leito de morte, ela pede que Joe seja avisado de seu estado. Ele a visita e um último frêmito de amor é vivenciado pelo que fora um dia um alegre casal.
Porter, caso tenha sido ele mesmo um dos a assinar essa realização, apresentava um talento fabuloso por sua dinâmica, indo de inventivas comédias a pesados melodramas como esse, em que o tema do triângulo amoroso é trabalhado de forma relativamente pouco ortodoxa, incluindo uma mulher que nenhum momento parece trair descontentamento ou pesar por ter abandonado à família e adoecendo fatalmente não pela ausência dessa, mas do amor do amante que resolveu seguir sua vida, sendo reservado ao marido somente os minutos finais da vida dela, momento de demasiada dor para que esse traga qualquer demonstração de ressentimento. A fábula moral que o filme anuncia desde sua primeira cartela não poupa o casal e o arco temporal extenso se faz necessário para que Ann purgue os malefícios que causou a sua família ainda em vida, longe de seus dias de glória e vaidade e ainda mais do amor são que lhe havia sido ofertado por Joe e para que, igualmente, o que ela pensava ser amor demonstre não ser mais que desejo, na pele de seu hedonista amante da alta sociedade. O primeiro casal era casado de fato e seguirá sua carreira de cineastas em que não faltam uma das mais inventivas contribuições aos idos do cinema narrativo (Suspense). Vale lembrar que Porter aqui se adapta às novas configurações de um cinema muito distintos em todos os aspectos, de produção à sentido e exibição, do que reinou no auge de sua carreira, que foi o Primeiro Cinema. Destaque para o exagero com que Smalley apresenta suas emoções e, num único momento, o final,o mesmo vale para Weber. Parte da coleção Jean Desmett. Rex Motion Picture Co. para Motion Pictures Distributors and Sales Co. 14 minutos e 15 segundos.
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