O Dicionário Biográfico de Cinema#14: Rin Tin Tin

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Rin Tin Tin (1916-1932)
n. Alemanha

Deanna Durbin supostamente salvou a Universal, Mae West pode muito bem ter salvo a Paramount, mas o ator que salvou os Warners - era conhecido como o "levantador de hipotecas" -  foi o grande e único Rin Tin Tin. No auge de sua carreira, Jeanine Basinger nos conta em The Silent Star, recebia 12 mil cartas de fãs por semana, ganhava 6 mil dólares por mês, estava assegurado em 100 mil dólares e possuía seu próprio valete, cozinheiro, limusine e motorista. Quando foi descoberto, havia outros cães-estrelas, o mais conhecido deles Strongheart, mas Rinty rapidamente eliminou a competição. Pode soar exagerado ou excêntrico, mas quando assistimos seus filmes, torna-se claro o motivo. Antes de tudo, são bem feitos - repletos de ação e sentimentos; porém, mas importante, Rinty é realmente talentoso. Foi um cachorro que não apenas obedecia as ordens perfeitamente, realizando feitos incríveis sem tropeçar (de acordo com testemunhas, era mais rápido em compreender as cenas que a maior parte dos atores bípedes, parecendo captar a emoção da cena e das ações e depois transmiti-las). Não parecia sequer embaraçado quando contracenava com sua companheira, a charmosa Nanette. E qual outro astro canino poderia disfarçar-se agilmente com uma barba ou calçar botas? Se duvida de tudo isso, dê uma olhada em Night Cry [O Grito da Noite] (26) ou Jaws of Steel [Maxilas de Aço] (27).

Rin Tin Tin era um pastor alemão descoberto por um soldado americano, Lee Duncan, numa trincheira alemã ao final da I Guerra Mundial, e trazido para a Califórnia. Rapidamente se tornou perceptível quão submisso e fotogênico ele era. Duncan o treinou, os Warners o apadrinharam e rapidamente ele estava fazendo bastante dinheiro para eles - e para Duncan, que controlou a carreira e os filmes. Estrelou um longa após o outro ao longe de dez anos, ainda sobrevivendo a chegada do som (Rinty late!), antes de sucumbir aos dezesseis anos. Ele brincava com Duncan, fora de sua sofisticada casa quando veio ao chão. Jack Warner, com sua primorosa sensibilidade, escreveu: "O coração de Rinty estava cansado e velho, a força há muito havia decaído de seus ombros e pernas. Ele mal conseguia rastejar para o lado de seu mestre, E Duncan soube de uma vez que nenhum poder da terra poderia ajudar. Ele telefonou para sua vizinha, a adoravelmente cintilante Jean Harlow, e ela veio correndo. E ela embalou a grande cabeça peluda no colo." Seria projeção de Jack?

Rinty, podemos observar em retrospecto, foi uma espécie de Shirley Temple canina - especializado e à prova de falhas - e o quanto a Fox fez por ela, os Warners proporcionaram com requintados valores de produção e bons atores coadjuvantes, dentre eles Louise Fazenda, Leila Hyams, Charles Farrel, Georgia Hale e, em seu último filme, o seriado The Lightning Warrior (31), George Brent. Dentre os diretores, Ray Enright e Malcolm St. Clair. Após sua morte, houve uma enfiada de falsos Rin Tin Tins no cinema e na TV, mas nenhum deles à sua altura.

Ao contrário, Lassie foi um papel (vivido por uma matilha de vigorosos collies). Já Rinty foi um astro, e nenhum outro pastor alemão podia igualá-lo.

Fonte: Thomson, David. A Biographical Dictionary of Film. Londres: Knopf, 2010, pp. 8305-9.

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