Filme do Dia: Muralhas de Jericó (1943), Vincente Minnelli


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Muralhas de Jericó (I Dood It, EUA, 1943). Direção: Vincente Minnelli. Rot. Original: Sig Herzig & Fred Sandy. Fotografia: Ray June & Charles Rosher. Música: Daniele Anfitheatrof, George Bassman, David Raksin & George Stoll. Montagem: Robert Kern. Dir. de arte: Cedric Gibbons. Cenografia: Edwin B. Willis. Figurinos: Gile Steele. Com: Red Skelton, Eleanor Powell, Richard Ainley, Patricia Dane, Sam Levene, Thurston Hall, Lena Horne, Hazel Scott.
Connie Shaw (Powell) é uma estrela da Broadway que possui como grande aficcionado o atrapalhado lavador de roupas Joe Renolds (Skelton). Quando Connie, enciumada com a traição de seu amado, Larry (Ainley) com outra mulher, Suretta (Dane), decide se casar com Renolds, pensa se tratar de um milionário. Ela o afasta de si antes que o casamento de fato se consuma. Porém, em meio ao espetáculo musical a chance para Renolds surge quando descobre um complô que prevê um atentado com bomba contra o teatro.
Esse que é o terceiro longa (segundo creditado) de Minnelli e considerado, não sem muita razão, como seu pior filme, parece ser apenas um veículo para a dupla Skelton-Powell no segundo dos três filmes que realizaram juntos, uma verdadeira colcha de retalhos que une desde propaganda de guerra com referências esparsas a bônus, atividades realizadas para o esforço de guerra por artistas, o motivo da espionagem e pretenso atentado e o número musical final, devidamente ”militarizado” até referências à música negra americana, com relativo destaque dado a artistas como Lena Horne e Hazel Scott se apresentando no palco passando pela evidente referência a uma nação onde é possível se conseguir, sem grande dificuldade – e ainda de forma divertida – a ascensão social; aliás, a figura apatetada do fã encarnada por Skelton seria reciclada na década seguinte por Jerry Lewis, sem a mesma pretensão de ascender de fã à companheiro de sua estrela favorita como aqui. Mesmo que tudo soe um tanto canhestro e os números musicais por vezes tão disparatados em meio ao enredo – e em alguns casos, não exatamente por acaso, já que são inserções de outros musicais produzidos na década anterior como Nasci para Dançar e Honolulu, também com Powell – o filme, com algumas passagens levemente cômicas como o improviso de Renolds/Skelton no palco consegue ainda ser mais vibrante que comédias posteriores do realizador, a exemplo de O Netinho do Papai (1951). Destaque para a longa cena em que Connie tenta dopar Renolds e toma ela própria os soníferos e esse tenta sem sucesso pô-la na cama, quase uma coreografia musical sem música. Último musical em p&b dirigido pelo realizador. MGM. 102 minutos.


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