Filme do Dia: Brasa Dormida (1928), Humberto Mauro



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Brasa Dormida (Brasil, 1928). Direção, Rot. Original, Montagem e Cenografia: Humberto Mauro. Fotografia: Edgar Brasil. Com: Nita Ney, Luís Soroa, Máximo Serrano, Pedro Fantol, Rozendo Franco, Corte Real, Pascoal Ciodaro, Haroldo Mauro, Juca de Godoy.
O aparentemente incorrigível jovem Luís Soares (Soroa) é enviado pelo pai, rico industrial, para estudar. Porém, não possuindo qualquer interesse pelos estudos, acaba sendo renegado pelo pai. Em situação difícil, segue um anúncio de jornal que procura vagas para trabalhar em uma usina. Na usina de Máximo (Serrano), onde demonstra ser um verdadeiro trabalhador, apaixona-se pela filha do usineiro, Anita (Ney), namoro que provoca o despeito do gerente da usina (Ciodaro), que relata tudo ao pai. Decidido a que sua filha rompa a relação com um jovem ao qual não possui referência sobre qual família pertence, Máximo leva Anita de volta ao Rio de Janeiro. Dificuldades na usina, no entanto, os trazem de volta e eles chegam no momento em que Luís se envolve numa briga de vida ou morte com o engenheiro. Após a luta, Máximo abençoa o relacionamento do casal, descobrindo que Luís é filho de um grande amigo seu.
Filme romântico que apresenta a regeneração de Luís, o “estróina” que é apresentado no início – com um rosto que mais parece uma máscara onde esconde todos seus sentimentos, semelhante ao do contemporâneo norte-americano Buster Keaton – após conhecer o objeto de sua paixão. A cena em que Luís e Nita iniciam o namoro, tem uma seqüência de corte que mescla instinto sexual e romantismo de maneira semelhante ao que Mauro realizará posteriormente, de modo mais poético, na sua obra-prima Ganga Bruta (1933). O cineasta faz questão de transformar a usina em um dos personagens do filme. Existem alguns planos em que se explora a mobilidade da câmera, característica mais marcantes do cinema alemão desde alguns anos antes. Há uma certa lógica de conto de fadas que não deixa de fazer referência aos valores da época, ou seja, a boa surpresa de Luís ser filho de família importante vem selar a permissão para o casamento por parte de Máximo. Penúltimo longa-metragem do cineasta no que ficou conhecido como Ciclo de Cataguazes, já apresentando algumas breves cenas do Rio de Janeiro – como a panorâmica que abre o filme – que será o local onde pouco tempo depois o cineasta continuará sua carreira. Foi homenageado por Limonji Batista com seu Brasa Adormecida (1986). Phebo Brasil Filme. 120 minutos.

Disponível on-line: https://www.youtube.com/watch?v=JXZCWRdlc6c

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