Filme do Dia: Guerra Fria (2018), Pawel Pawlikowski


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Guerra Fria (Zimna Wojna, Polônia/Reino Unido/França, 2018). Direção: Pawel Pawlikowski. Rot. Original: Pawel Pawlikowski, Janusz Glowacki & Piotr Borkowski, a partir de argumento de Pawlikowski. Fotografia: Lukasz Zal. Montagem: Jaroslaw Kaminski. Dir. de arte: Benoît Barouh, Marcel Slawinski & Katarzina Sobanska-Strzalkowska. Cenografia: Marcel Slawinski & Katarzina Sobanska-Strzalkowska. Figurinos: Ola Staszko. Com: Joanna Kulig, Tomasz Kot, Borys Szyc, Cédric Kahn, Jeanne Balibar, Adam Woronowicz. Adam Ferency.
Zula (Kulig) é uma das descobertas de Wiktor (Kot) quando seleciona talentos para formar um grupo de artistas vinculados ao folclore das montanhas na Polônia do final dos anos 40. Logo, torna-se amante dela, mas o sucesso do grupo chama a atenção das autoridades polonesas que inserem forte conteúdo ideológico de exaltação ao nacionalismo e aos líderes comunistas, para que o grupo possa ter uma projeção internacional. Em meio a esse processo Wiktor decide seguir carreira como músico em Paris. E após alguns reencontros com Zula em outras cidades, é lá que reatam sua ligação amorosa, ela cantando e gravando com ele. A instabilidade emocional de Zula, que aparentemente se envolve, inclusive, com o empresário da música Michel (Kahn), faz com que abandone tudo e decida retornar à Polônia, sem qualquer aviso a Wiktor, sobre quem sempre admoestara que se transformara em outro homem na França. Wiktor, mesmo com vida assegurada na França, decide seguir seus passos. Em meados dos anos 60, ele consegue escapar da condenação de 13 anos de prisão pelas boas relações do marido de Zula, Kaczmarek (Szyc), com o primeiro-ministro. Porém, mesmo com uma relativa estabilidade em seu país natal, Zula e Wiktor decidem abandonar tudo uma vez mais.
Pouca coisa se aproveita desse simplório drama de amour fou além de sua exuberante fotografia, cuidadosa direção de arte e o tema das Variações Goldberg na interpretação de Glenn Gould quando os créditos já avançam sobre a tela preta, para não dizer de alguns momentos inspirados, como o de Kulig dançando a novidade do rock&roll, enquanto encarnação potente-frágil de uma Marilyn polaca. É muito pouco, e tem-se a impressão de se revisitar dezenas de cacoetes explorados a exaustão por filmes de arte europeus das últimas décadas. Sem conseguir estabelecer um vínculo emotivo seja com os dramas amorosos do casal, observados sob forma de picadinho do tempo, seja com a questão política de sua época, não mais que um pano de fundo em nada diferente do que seria o de uma produção de um realizador estrangeiro sobre o tema, resta se contentar com as imagens do tipo cartão-postal melancólicas fotografadas pelo virtuoso Zal, também fotógrafo de seu então maior sucesso internacional (Ida). Prêmio de Direção em Cannes. Opus Film/Apocalypso Pictures/MK2 Prod./ARTE France/BFI Film Fund/Canal+ Polska/Cinestaan Film Co./City of Lodz/City of Warsaw/Film 4/Kino Swiat/MK2 Films/Mazova Region/Mazovia Warsaw Film Fund/Protagonist Pictures/Silesia Film. 89 minutos.

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