Filme do Dia: Un Mondo d'Amore (2002), Aurelio Grimaldi
Un Mondo d’Amore (Itália, 2002).
Direção: Aurelio Grimaldi. Rot. Original: Ana Maria Coglitore & Aurelio
Grimaldi. Fotografia: Massimo Intoppa. Música: Mario Soldatini. Montagem:
Giuseppe Pagano. Dir. de arte: Ivana Gargiulo. Com: Arturo Paglia, Guia Jelo,
Fernando Panullo, Teresa Pascarelli, Massimo Ferroni, Diego Pagotto, Massimo Ferroni,
Gaetano Amato, Loredana Cannata.
O jovem professor de literatura Pier
Paolo Pasolini (Paglia) abandona o pequeno povoado com a mãe, Susana (Jelo),
após o escândalo relacionado ao fato de ter feito sexo com um dos alunos da
escola diante de dois outros. Partindo para Roma, observa e fantasia sobre as
histórias que ouve no trem e, na cidade, passa a procurar emprego, inclusive
como figurante na Cinecittá, sendo mantido pelo rico tio, enquanto a mãe
trabalha como doméstica para uma família igualmente burguesa.
Compondo juntamente com dois outros
filmes de Grimaldi um tríptico sobre o realizador, esse filme chama a atenção
por seu tocante e singelo minimalismo. Por mais que as opções estéticas
encontradas por Grimaldi se encontrem distantes de inovadoras – e talvez por
isso mesmo! - elas se casam à perfeição aos seus intentos. Da música de Neil
Sedaka, La Terza Luna, que se escuta ao início e final à bela
fotografia em p&b, das interpretações contidas à tentativa de mimetização
da peculiar capacidade de observar o mundo que o cercava do autor-cineasta
ainda em anonimato, passando pelos diálogos, grandemente desdramatizados, já
que a maior parte do tempo concernentes a situações triviais do cotidiano.
Quando se esboça uma fuga lírica dessa abordagem, faz-se através do uso da
música (é também utilizada a versão apenas instrumental de Erbame Dich, de Bach) ou das cartas que Pasolini envia ao primo; ou
ainda, num único momento, a partir da elaboração de uma fantasia sua a partir
do que ouve no trem, sendo essa representada em boa parte por fotos fixas do
período em questão. Impresa Pubblici Esercizi/MiBAC. 86 minutos.
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