Filme do Dia: Aoi Haru (2001), Toshiaki Toyoda


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Aoi Haru (Japão, 2001). Direção: Toshiaki Toyoda. Rot. Adaptado: Toshiaki Toyoda a partir dos quadrinhos de Tayio Matsumuto. Fotografia: Norimichi Kasamatsu. Montagem: Mototaka Kusakabe. Dir. de arte: Mitsuo Harada. Com: Ryuhei Matsuda, Hirofumi Arai, Sousuke Takaoka, Yusuke Oshiba, Yuta Yamazaki, Shugo Oshinari, Takashi Tsukamato, Obake.
No último ano da escola Kujo (Matsuda) é escolhido como novo líder de todas as gangues do colégio. Com o passar do ano a violência cresce. Yukio (Takaoka) é preso por assassinato. Aoki (Takaoka), o melhor amigo de Kujo se transforma, tornando-se cada vez mais agressivo, sendo desprezado por Kujo. E, no final, acaba morrendo do alto do prédio, diante de Kujo.
Essa adaptação de uma narrativa de mangá ganha contornos bem distintos do que habitualmente se compreende como adaptação cinematográfica de quadrinhos. Antes de tudo porque apesar de longe de estritamente realista, o universo trabalhado pelo filme tampouco envereda por ações ou ambientes fantásticos. Muito menos seu estilo lacônico e moderno, no limite da incompreensão da narrativa, ainda que pontuado por eventuais explosões de rock e um estilo visual próximo do videoclipe, é evocativo de tais adaptações. Trata-se de representar um brutal universo adolescente repleto de estratégias de respeitabilidade e concorrência, como bater palmas na amurada do alto de um edifício e se o filme não está avesso a tal violência – como, na seqüência mais chocante de todas, um rapaz esmaga os testículos do outro com um taco de beisebol – no sentido de que ela é o próprio cerne de seu universo, tampouco a apresenta diretamente. Pode-se até se pensar que existem momentos que podem levar a uma certa glamorização da violência, unindo as canções de rock, câmera lenta e montagem paralela, mas o que mais se destaca do filme é o seu caráter soturno, pessimista e melancólico, onde raramente existem imagens líricas ou incomuns – tal como o plano de um gigantesco avião ao fundo de um dos rapazes fazendo a exibição das palmas no topo do prédio da escola. É completamente pensado a partir da perspectiva dos adolescentes e os adultos surgem quase como extraterrestres e não chegam a ganhar nenhuma forma mais concreta, com exceção de um simpático professor de jardinagem. A violência apresentada aqui, sempre interna ao grupo, ganha contornos muito menos libertários e alegóricos tal como presente em filmes como Se... (1968) que puramente niilistas refletindo, em boa medida, os momentos históricos distintos em que foram produzidos. Omega Micott Inc. 83 minutos.

Comentários

  1. amei o review!! por onde assistiu? tem links? obrigadaa desde já

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  2. Muito obrigado...agora que vi seu comentário. Acho que baixei o torrent...faz tempo que vi esse filme e essa resenha também não é nova. Aliás, acho que vi mesmo no cinema quando de seu lançamento.

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