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Filme do Dia: O Homem de Aran (1934), Robert Flaherty

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  O   Homem de Aran ( Man of Aran , Reino Unido, 1934). Direção, Rot. Original e Fotografia: Robert J. Flaherty . Música: John Greenwood. Montagem: John Goldman. Com: Colman “Tiger” King, Maggie Dirrane, Michael Dirrane, Pat Mulin, Patch “Red Beard” Ruadh, Patcheen Faerty, Tommy O´Rourke, Stephen Dirrane. Tal como em seu mais célebre filme, Nanook, o Esquimó (1922), Flaherty centra foco em outra comunidade cuja única ocupação não parece ser outra que a da luta pela própria sobrevivência em condições naturais adversas, e faz com que membros dessa comunidade representem a si próprios. Seus belos planos abertos que recortam a diminuta figura humana ganham uma força épica comovente, sobretudo quando associados a uma fúria majestosa da natureza. Não é nenhum pouco improvável que, tal como em Nanook , Flaherty tenha feito com que os pescadores utilizassem técnicas já ultrapassadas para o seu período para fins de maior efeito dramático. Aqui os acompanhamos lutando contra os imensos verg

Filme do Dia: Tea for Two Hundred (1948), Jack Hannah

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  T ea for Two Hundred (EUA, 1948). Direção: Jack Hannah. Música: Oliver Wallace. Quando se prepara para desfrutar de um piquenique no parque, Donald é surpreendido por um exército de formigas. Há uma evidente referência não apenas racial mais explicitamente racista na composição dos tipos das formigas, caracterizadas como versões minúsculas dos pigmeus africanos, com argolas no pescoço e ossos servindo como tiara aos cabelos ou cogumelos soando literalmente como tambores para atrair formigueiros distintos em um alerta geral. Embora, caso pensemos – o que não seria necessário muito esforço – enquanto involuntária alegoria sobre o poder branco e colonial sobre a população negra, na África, por exemplo, apesar das dimensões desproporcionais de Donald em relação às formigas, sem muitas surpresas são elas que ganham não apenas as batalhas parciais como a própria guerra. Indicado ao Oscar da categoria. Walt Disney Prod. para RKO Radio Pictures. 6 minutos e 44 segundos.

Filme do Dia: Judy: Muito Além do Arco-Íris (2019), Rupert Goold

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  J udy: Muito Além do Arco-Íris ( Judy , Reino Unido/França/EUA, 2019). Direção: Rupert Goold. Rot. Adaptado: Tom Edge, a partir da peça End of the Rainbow , de Pete Quilter. Fotografia: Ole Bratt Birkeland. Música: Gabriel Yared. Montagem: Melanie Oliver. Dir. de arte: Kave Quinn & James Price. Cenografia: Stella Fox. Figurinos: Jane Temime. Com: Renée Zellweger, Jess Buckley, Finn Wittrock, Rufus Sewell, Michael Gambon, Richard Cordery, Royce Pierreson, Darci Shaw, Andy Nyman, Bella Ramsey, Lewin Lloyd. Londres, 1968.   Judy Garland (Zellweger) é contratada para uma série de shows em um teatro, o que vem bem a calhar em um momento de finanças difíceis, inclusive para manter os filhos Lorna (Ramsey) e Joey (Lloyd), de seu casamento com Sid (Sewell). Seu alcoolismo e vício em anfetaminas, que se tornou crônico a partir de um uso precoce, motivado pelas pressões do estúdio, e de seu inescrupuloso chefão Louis B. Mayer (Cordery) sobre uma jovem insegura (Shaw), pondo-a, por vezes

Filme do Dia: A Noite do Massacre (1960), Florestano Vancini

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  A   Noite do Massacre ( La Lunga Notte del 43’ , Itália/França, 1960). Direção: Florestano Vancini. Rot. Adaptado: Florestano Vancini, Ennio De Concini & Pier Paolo Pasolini, a partir do romance Una Notte del 43’ , de Giorgio Bassani. Fotografia: Carlo Di Palma. Música: Carlo Rustichelli. Montagem: Nino Baragli. Dir. de arte: Carlo Egidi. Cenografia: Ugo Pericoli. Figurinos: Pier Luigi Pizzi. Com: Belinda Lee, Gabriele Ferzetti, Enrico Maria Salerno, Gino Cervi, Nerio Bernardi, Raffaella Carrà, Andrea Checchi, Isa Querio, Carlo di Maggio. Ferrara, novembro de 1943. Anna (Lee), casada com um marido inválido, Pino (Salerno), passa a ter como amante Franco (Ferzetti), após um encontro casual no cinema. Numa noite em que passa junto com o amante, o pai de Franco, Attilio é levado juntamente com outros homens pelos fascistas sob as ordens do truculento e cínico Carlo Aretusi (Cervi), aparentemente para ser deportado para a Alemanha. Aretusi havia assumido o poder local após ter elim

Filme do Dia: Certo Agora, Errado Antes (2015), Hong Sang-soo

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  C erto Agora, Errado Antes ( Ji-Geum-Eun-Mat-Go-Geu-Ddae-Neun-Teul-Li-Da , Coréia do Sul, 2015). Direção e Rot. Original: Hong Sang-soo. Fotografia: Park Hong-yeol. Música: Jeong Yong-jin. Com: Jeong Jae-yeong, Kim Min-hee, Youn Yuh Jung, Gi Ju-bong, Choi hwa-jeong, Yoo Joon-Sang, Seo Young-hwa, Ko Asung. O diretor de cinema Ham Cheon-soo (Jae-yeong) chega um dia antes da exibição de um filme seu em meio a uma mostra que lhe é dedicada e se encanta pela bela jovem que conhece perambulando, como ele, Yoon he-jeong (Min-Hee). Ele a convida a um café. E ela   a conhecer o seu ateliê e, depois, sair com uns amigos dela. Eles bebem demasiado, mas Yoon volta para casa e sua mãe ralha com ela por voltar mais uma vez alcoolizada. Ham encontra um atraente garota e ela lhe convida a um café... Sang-soo reapresenta a mesma narrativa, com variações, algumas discretas, outras bem mais evidentes, numa postura discretamente formalista, ao contrário das experimentações com a narrativa de um Resn

Filme do Dia: Arsenal (1928), Aleksandr Dovjenko

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  A rsenal (URSS, 1928). Direção e Rot. Original: Aleksandr Dovjenko. Fotografia: Daniil Demutski.  Música: Igor Belza. Dir. de arte: Vadim Myuller & Iosif Shipnel. Com Semyon Svashenko, Amvrosi Buchma, Georgi Khorkov, Dmitri Erdman, Serguei Petrov, M. MIkhajlovski, A. Yevdakov, Nikolai Kuchinski. I Guerra Mundial. Na Ucrânia, o soldado Timosh retorna da guerra e encontra os ânimos nacionalistas exaltados, após a iminência da libertação do jugo de mais de três séculos da Rússia. Para Timosh, no entanto, sua maior identidade é como operário, posicionando-se contrário aos discursos nacionalistas de maior apelo popular. Ele vai formar um grupo de internacionalistas que irão lutar para conquistar o arsenal de munições e dominar o país. Desnecessário dizer que a montagem é a maior força expressiva do filme, como de todo o ciclo soviético de filmes vanguardistas ao qual se filia. Mesmo que a sua narrativa apresente um personagem de mais fácil identificação, sua história é de mais dif

O Dicionário Biográfico de Cinema#156: André Bazin

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  ANDRÉ BAZIN (1918-1958), n. Angers, França B azin teria sido excepcional, ainda que somente por ter sido um dos poucos escritores importantes sobre cinema para quem não havia uma palavra raivosa ou dolorida. Foi tão imensamente estimado enquanto homem. Jacques Rivette o chamava de "santo". Jean Renoir disse que sua obra sobreviveria ao próprio cinema. Robert Bresson observou como ele tinha um jeito curioso de extrair do falso para chegar finalmente ao que era verdadeiro. E para François Truffaut , naturalmente, Bazin foi nada menos que um pai substituto, um amigo e um professor que tornou a criança selvagem em ser, e morreu no dia após as filmagens de Os Incompreendidos  terem se iniciado (filme que é dedicado à memória de Bazin).  Q uando criança, Bazin se mudou de Angers para La Rochelle. Estudou lá e em Versalhes, e em 1938 ingressou na Ecole Normale Supérieure, em St. Cloud. Seus registros acadêmicos foram excepcionais, mas lhe foram negadas credenciais de ensino por