Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#121: Buenos Aires Festival Internacional de Cinema Independente (BAFICI)
BUENOS AIRES FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINE INDEPENDIENTE (BAFICI). (Argentina). O Festival Independente de Cinema de Buenos Aires (BAFICI) rapidamente se tornou a mais significativa vitrine na America Latina para o cinema independente mundial. Em seu início, em 1999, também se tornou um importante componente no desenvolvimento do "Novo Cinema Argentino". Seu diretor-fundador, "Quintín" (Eduardo Antín), rapidamente ganhou uma reputação internacional como uma liderança na promoção e crítica destes filmes, encorajando programadores e críticos de todo o mundo a participarem do BAFICI. Em 1999 o júri - que incluía o diretor de cinema independente estadunidense Whit Stillman e o diretor do Festival de Cinema Coreano de Pusan Kim Dong-ho, deu dois de seus prêmios, incluindo Melhor Diretor (Pablo Trapero), a Mundo Grúa que seria considerado como um dos filmes-chaves do Novo Cinema Argentino. Os prêmios principais no festival foram também dados a filmes japoneses e iranianos. Os filmes europeus dominaram a competição em 2000, ainda que uma menção especial tenha sido dada ao ator Enrique Piñeyro por seu papel no filme argentino Esperando al Mesias, que chamou a atenção do mundo para o diretor Daniel Burman.
Uma competição para o Novo Cinema Argentino foi acrescentada para o quinto festival e no sexto (2004), Parapaolos, de Ana Poliak, venceu o prêmio principal da competição internacional, pela primeira vez para um filme argentino. O festival cresceu tanto que mais de 150 novos longas e 50 novos curtas foram exibidos em quatro competições e catorze outras mostras, incluindo 25 longas e 14 curtas argentinos. Em acréscimo, houve retrospectivas de 13 diretores (incluindo Glauber Rocha [Brasil], Raúl Ruiz [Chile] e Martín Rejtman [Argentina], somados a outros 70 longas e 27 curtas. Para grande decepção de muitos na comunidade cinematográfica internacional, Quintín" foi demitido após o sexto BAFICI, talvez por conta de seu interesse e foco em obras experimentais. A cada evento, o BAFICI continou a crescer após um breve descanso: 184.500 ingressos foram vendidos em 2005 e a frequencia cresceu para 220 mil em 1011 exibições em nove cinemas diferfentes, em 2008. O nome da competição local mudou do "Novo" de Quintín para simplesmente "Cinema Argentino", e ainda que um filme argentino não tenha repetido a conquista do prêmio principal desde 2004, dois filmes mexicanos conquistaram esta honra. En el Hoyo, um documentário, vencedor em 2006, e Intimidades de Shakespeare e Victor Hugo, dirigido por Yulene Olaizola, em 2008. Para a décima primeira edição, ocorrida em abril de 2009, 417 filmes no total (curtas e longas) foram exibidos de quarenta e cinco países, incluindo 65 da Argentina (59 dos quais foram estreias mundiais). Houve 1.069 sessões, 34 jurados e 297 convidados internacionais.
Estatísticas para o décimo quarto festival em 2012 apresentaram que 230 mil ingressos foram vendidos para exibições em 23 locais, que incluíam o Teatro Lugones, dedicado a exibir cópias em 16 mm, enquanto outras salas exibiam exclusivamente cópias em 35 mm e outras formatos digitais variados. Cerca de 2 mil convidados de todo o mundo compareceram, e o BAFICI continua a ser genuinamente um festival internacional de cinema independente que privilegia o cinema experimental.
Texto: Rist, Peter H. Historical Dictionary of South American Film. Plymouth: Rowman & Littlefield, 2014, pp. 105-6.
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