Filme do Dia: Feriado Havaiano (1937), Ben Sharpsteen

 


Feriado Havaiano (Hawaiian Holiday, EUA, 1937). Direção: Ben Sharpsteen. Rot. Original Vernon Stallings. Música: Paul J. Smith.

Mickey, Minnie, Pateta e Donald curtem férias no Havaí. Pateta surfa nas ondas, Mickey dedilha no estilo havaiano cordas de seu violão em um luau, enquanto Donald  brinca de dançarina de hula-hula e Pluto corre atrás de uma estrela do mar que havia grudado no traseiro de Donald, após esse conseguir se desvencilhar dela, com a estrela conseguindo um súbito aliado da maré. Pateta se lança bravamente às ondas em sua segunda tentativa de surfar, findando com a prancha se inserindo em sua própria roupa de banho, e não mais conseguindo se desvencilhar da mesma. Enquanto isso, em meio a curiosidade por uma concha, Pluto é flagrado por uma onda que o faz enfiar toda sua cabeça na concha. E problemas similares aos que teve com a estrela do mar terá com um caranguejo, que emerge dessa. Pateta, em sua terceira tentativa como surfista, gaba-se na crista da onda, mas por muito pouco tempo, pois a prancha não só o lançará profundamente ao solo, como servirá de “lápide” para ele, que aos poucos emerge em meio a um luau, agora tendo como atração Minnie enquanto havaiana.

Talvez a rapidez com que Pateta passe da crista da onda a sua “lápide”, descontada a convenção de que as animações dirigidas ao público infantil, mesmo (e talvez mais ainda) hoje, raramente trabalham com o elemento da morte, seja a melhor e mais flagrante descrição temporalmente sintetizada da experiência humana, ainda quando involuntária por parte de seus realizadores. Sem falar que a morte de um personagem, mesmo que admitida, geraria problemas para um sistema de fabrico em massa que exige – e consegue mais que nunca no modo animação, onde não ocorre o desgaste físico do humano – a repetição de seus astros. Tudo isso em um curta que trabalha em cima das variações sobre um mesmo mote – sobretudo de três incursões de Pateta com o surfe e de Pluto com animais marinhos, ficando Donald e Mickey, habitualmente protagonistas de suas próprias séries, diplomaticamente alijados de brigarem por tal condição quando surgem juntos. Minnie, um tanto coadjuvante igualmente, traz a versão correta de simulação de havaiana, cantando e se movimentando com graça e, portanto, sendo escolhida para o fecho e não para ter seu rabo em fogo como acontece com a pálida imitação de Donald antes, que irá motivar as experiências de Pluto. Walt Disney Prod. para RKO Radio Pictures. 8 minutos e 22 segundos.

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