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The Film Handbook#101: Peter Greenaway

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Peter Greenaway Nascimento: 05/04/1942, Londres, Inglaterra Carreira (como diretor): 1973- O excêntrico Peter Greenaway começou sua carreira realizando curtas experimentais de baixo orçamento revelando uma obsessão erudita por taxonomia, numerologia, história natural e anedotário apócrifo. É portanto, então, surpreendente que sua transição para os longas, realizada com pouca evidência de compromisso artístico, tenha sido tão bem sucedida. Os primeiros filmes de Greenaway foram ao mesmo tempo sátiras formalmente ambiciosas e engenhosas dos estilos cinematográficos documentais. Windows  é sobre 37 pessoas que morreram caindo de janelas. Water Wrackets  mescla planos líricos de córregos com uma narração seca sobre uma dinastia esquecida e desumana. A Walk Through H  apresenta panorâmicas sobre mapas bizarros para explicar a obra do ornitólogo ficcional Tulsa Luper. E em Vertical Features Remake > 1 , várias reconstruções hipotéticas de um filme de fragmentos apresentando objeto

Filme do Dia: Issunboshi Chibisuke Monogatari (1935), Mitsuyo Seo

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I ssunboshi Chibisuke Monogatari (Japão, 1935). Direção: Mitsuyo Seo. Garoto que descobre que não crescerá além de alguns centímetros resolve se aventurar pelo mundo, travestido como samurai. Ele   sobe em um pé de feijão onde se torna acompanhante de uma princesa. Um demônio surge e ataca ambos. O bravo garoto consegue fazer cópias de si próprio a partir de um carimbo e cavalgando rãs, um exército de cópias do garoto, assim com ele próprio, atacam o demônio com fósforos acesos, posteriormente o prendendo com cordas ao redor de seu corpo. O tiro de misericórdia vem de uma das rãs que atira contra o monstro toda uma caixa de fósforos. Ao final o conjunto de cópias, assim como ele próprio se atiram   em um cachimbo do qual emerge uma criança em tamanho normal. Tal como nas produções do Primeiro Cinema, existe um plano inicial que antecipa os motivos ou talvez um dos maiores atrativos do curta – o polegar do gigante que possui uma estatura semelhante ao do herói dessa animação q

Filme do Dia: Futuro Junho (2015), Maria Augusta Ramos

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F uturo Junho (Brasil, 2015). Direção: Maria Augusta Ramos. Fotografia: Lucas Barbi & Camila Freitas. Montagem: Karen Akerman. Na iminência da Copa do Mundo de 2014 e com manifestações pipocando pelo país esse documentário segue a trajetória de um operário da indústria automobilística, um motoboy, um sindicalista dos metroviários e um economista. Cada um, a seu modo, vivencia os efeitos de uma sociedade em mutação. Numa das falas mais interessantes do filme, o economista, André Perfeito, afirma que se chegou a uma verdadeira encruzilhada no país: ou se avança e se quebra os paradigmas do que já está posto ou se regride a uma posição em que as camadas menos favorecidas que ascenderam a classe C nos últimos anos retornarão as D e E e, numa inspirada fala ilustrativa, ele faz referência a “alguém que usava sabão de coco e passou a usar Dove, não vai querer voltar a usar sabão de coco.” No outro extremo do espectro, existe o operário da Volkswagen, de quem pouco se ouve e si

Filme do Dia: Chappaqua (1966), Conrad Rooks

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C happaqua (EUA, 1966). Direção e Rot. Original: Conrad Rooks. Fotografia: Étienne Becker, Robert Frank & Eugen Schüfftan. Música: Ravi Shankar. Montagem: Kenout Peltier. Figurines: Agnès Senne. Com: Conrad Rooks, Jean-Louis Barrault, William S. Burroughs, Allen Ginsberg, Ravi Shankar, Paula Pritchett, Ornette Coleman, Swami Satchidananda. Russell Harwick, alcóolatra e viciado em várias drogas, vai a uma clínica de desintoxicação, onde conta suas aventuras e desventuras ao Dr. Benoit (Barrault). Produzido como vários outros filmes independentes na carona da contracultura que vivia seus dias de glória e que esperaria ao menos 3 anos até ser representada numa produção dirigida ao grande público ( Sem Destino ), esse filme termina por reproduzir a auto-condescendência, infantilidade e falta de propósito que seu protagonista no plano diegético, assim como o oportunismo em relação a temas como o uso de drogas, a “cultura oriental” (representada por referências místicas, documenta

Filme do Dia: Meu Destino é Pecar (1952), Manuel Peluffo

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M eu Destino é Pecar (Brasil, 1952). Direção: Manuel Peluffo. Rot. Adaptado: Carlos Ortiz, Alfredo Palácios &   Manuel Peluffo, baseado no romance de Suzana Flag (Nélson Rodrigues). Fotografia: Mario Pagés. Música: Enrico Simonetti. Montagem: José Cañizares. Dir. de arte: Francisco Balduíno. Figurinos: Franco Ceni. Com: Ayres Campos, Maria de Lurdes Lebert, José Gomes, Henricão, Greta Jorge, Zilah Maria, Ilza Menezes, Antonieta Morineau, Carlos Ortiz Leninha, noiva recém-casada (Lebert) por interesses da família com um marido, que detesta e desconhece,   Paulo (Campos)   sofre quando vai residir com sua família, na Fazenda Santa Maria, ainda vivenciando o trauma da recente morte trágica da esposa anterior de Paulo . Além da família de Paulo ter se tornado inimiga mortal dos parentes de sua falecida esposa, Leninha ainda tem que lidar com a psicose da governanta, fascinada tanto pela falecida, que acredita ver andando nas imediações da casa e pelo irmão do marido, Maurício,

Filme do Dia: The Way of Peace (1947), Frank Tashlin

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T he Way of Peace (EUA, 1947). Direção e Rot. Original: Frank Tashlin. Fotografia: Wah Chang. Música: Edison von Ottenfield. Montagem: Stuart O’Brien. Dir. de arte: Blading Sloan. Deus criou todas as maravilhas da natureza, sendo a mais perfeita o Homem. A paz no entanto, logo foi rompida, pelo próprio Homem. O Homem construiu muros altos da ganância e intolerância. Cerca de 2000 anos atrás, nasce Jesus. Nos tempos da Era Atômica, o homem é capaz de destruir tudo o que foi criado por Deus. Nesse curta de animação com bonecos em stop motion, Tashlin segue uma proposta bastante distinta das anárquicas animações que dirigiu para a série Looney Tunes ou ainda as comédias de ação ao vivo com Jayne Mansfield da década seguinte. Portanto, não se trata apenas de se fazer uso de outra técnica, mas de toda uma concepção sério-dramática que se expressa na narração over na voz de Lew Ayres, assim como consultoria de um reverendo. Existe, inclusive, a inserção de imagens de ação ao vivo

Filme do Dia: A Queda! As Últimas Horas de Hitler (2004), Oliver Hirschbiegel

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A Queda! As Últimas Horas de Hitler ( Der Untergang , Alemanha/Itália/Áustria, 2004). Direção: Oliver Hirschbiegel. Rot. Adaptado: Bernd Eichinger, baseado nos livros de Joachin Fest, Traudl Junge e Melissa Muller. Fotografia: Rainer Klausmann. Música: Stephan Zacharias. Montagem: Hans Funck. Dir. de arte: Bernd Lepel. Figurinos: Claudia Bobsin. Com: Bruno Ganz, Alexandra Maria Laura, Ulrich Mattes, Julianne Köhler, Heino Ferch, Christian Berkel, Matthias Habbich. Abril de 1945. Com a ameaça da invasão iminente dos russos ocorre uma gradual desintegração do comando de liderança nazista. A jovem e inocente Traudl Junge (Laura), secretária particular de Hitler (Ganz), acompanha todo o processo de perto. A falta de consenso entre os altos oficiais,  deserções, os ataques coléricos de Hitler, a promiscuidade suicida e anarquia generalizada no bunker , a onda de suicídios que se inicia com o próprio suicídio de Hitler e Eva Braun (Köhler), o envenenamento dos filhos de Goebbels (Matth