Filme do Dia: Até o Último Alento (1958), Irving Rapper

 


Até o Último Alento (Marjorie Morningstar, EUA, 1958). Direção: Irving Rapper. Rot. Original: Everett Freeman, baseado no romance Marjorie Morningstar, de Herman Wouk. Fotografia: Harry Stradling Sr. Música: Max Steiner. Montagem: Folmar Blangsted. Dir.de arte: Malcolm C. Bert. Cenografia: Ralph S. Hurst. Com: Natalie Wood, Gene Kelly, Claire Trevor, Everett Sloane, Martin Milner, Carolyn Jones, George Tobias, Martin Balsam.

A jovem Marjorie Morgenstern (Wood) decide esnobar o bom partido que sua  família pretende para si, indo com a amiga Marsha (Jones) para uma colônia de férias onde acaba se apaixonando pelo produtor de eventos artísticos, Noel Airman (Kelly). Sua mãe (Trevor), no entanto, acredita que ela mereça alguém de melhor posição social. O assistente de Airman, Wally Wronkin (Milner), apaixona-se por Marjorie, que só possui olhos, no entanto, para Noel. A pressão familiar e a súbita morte do tio, no entanto, acabam fazendo com que Marjorie retorne para Nova York. Quando se encontra em vias de noivar com um médico, David (Balsam), o reencontro com Noel a faz mudar de idéia. Levando a vida como publicitário, ele acredita agora conquistar as graças de Marjorie e de sua família. Porém, logo os sonhos de voltar ao mundo artístico são atiçados quando sabe do sucesso teatral da carreira de seu ex-assistente. Marjorie o incentiva, mas a estréia de seu primeiro espetáculo é um unânime fracasso de crítica. Decepcionado, Noel deixa uma carta para Marjorie dizendo que irá para a Europa. Em Londres, Marjorie sabe através de Wronkin que Noel voltou para a colônia de férias onde Marjorie o conhecera. Ela vai a seu encontro, mas quando percebe que ele leva a mesma vida de quando a conhecera, muda de idéia. No ônibus que pega para sair da colônia Marjorie percebe Wronkin.

Insípido melodrama romântico de Rapper, cineasta de pouco talento e inventividade. Ainda que ao início se acredite que a persona que Wood iria construir antes e depois desse filme prevaleça, ou seja, da adolescente e jovem rebelde que se insurge contra valores morais hipócritas da geração de seus pais (Juventude Transviada, Clamor do Sexo), o que prevalece é uma visão conformista e conservadora, tal como a de outro melodrama contemporâneo estrelado pela atriz, Só Ficou a Saudade. Percebendo a imaturidade de seu objeto de amor, das limitadas proporções comerciais e ambições que movem Noel/Kelly, ela aqui possui sua instantânea “tomada de consciência”. Ao final, e sem muita sutileza, percebe-se que o futuro de Marjorie pertence ao bem sucedido Wronkin, que não possui pudores de autoria artística para conquistar uma carreira bem sucedida no meio teatral, o que bem poderia servir enquanto comentário meta-narrativo para a auto-complacência e conservadorismo do próprio filme, em que o ajustamento social vale mais que os delírios ególatras de um caráter artístico que não se dobra ao sistema. Beachwold Prod. Para Warner Bros. 128 minutos.

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