Filme do Dia: Ce Magnifique Gâteau! (2018), James Roels & Emma De Swaef

 


Ce Magnifique Gâteau! (Bélgica, 2018). Direção e Rot. Original Marc James Roels & Emma De Swaef. Fotografia: Marc James Roels. Cenografia: Emma De Swaef.

Na África colonial, fins do século XIX, uma sucessão de histórias se desenrola, nas quais um e outro vínculo entre seus personagens ocorre. A dupla consegue um efeito de estranhamento narrativo nessa animação em stop motion que parece combinar alguns elementos de detalhe próximo talvez dos contos de Paul Bowles com momentos de puro surrealismo – como o amor que surge entre um dos personagens, um senhor solitário e alcóolatra e uma lesma gigante, ao qual acidentalmente finda por matar ou o jovem pigmeu em cuja cabeça se encontra um cinzeiro prontamente disposto a servir para que os hóspedes de um luxuoso hotel para que apaguem seus cigarros e que dá uma baguete de presente ao irmão, que nunca vira tal comida, ao que o outro replica que é somente o que eles comem por lá. Momentos de breve ironia cômica como essa são exceção em pequenas narrativas que, uma vez mais como contos, com numeração e títulos específicos, apresentam situações dos quais apenas temos frouxamente ideia por conta de momentos isolados das mesmas. Quando se leva em consideração o trânsito entre personagens em histórias distintas, tais como o clarinetista que foi impedido de tocar em uma apresentação (com a mesma em andamento) por ordem do rei, e surge em outras histórias, assim como o senhor alcóolatra ou o pigmeu e o deserto do exército, a sensação de uma tapeçaria propositalmente não exatamente orgânica domina o filme e deve provocar desinteresse em todo e qualquer espectador que ficar buscando, inutilmente, os vínculos causais entre as ações, personagens e histórias apresentadas. Beast Animation/Pedri Animation/Vivement Lundi. 44 minutos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: El Despojo (1960), Antonio Reynoso

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng