Filme do Dia: Singing Women (2013), Reha Erdem

 


Singing Women (Sarki Söyleyen Kadinlar, Turquia, 2013). Direção, Rot. Original e Montagem: Reha Erdem. Fotografia: Florent Herry. Música: Arvo Pärt.  Com: Melisa Akman, Philip Arditti,  Kevork Malikyan, Aylin Aslim, Vedat Erincin, Binnur Kaya.

Numa ilha turca na proximidade de Istambul sobre a qual pesa um alerta de evacuação pela proximidade de um terremoto e os cavalos sofrem de um surto infeccioso fatídico, a maior parte dos moradores  abandona o local. Dentre os que ficam se encontram Mesut (Malikyan), sempre as turras com o filho (Arditti), que se descobre com doença fatal. A empregada da casa (Akman), uma jovem que essa encontra no meio do bosque e que passa a viver como empregada na casa do melhor amigo de Mesut, médico (Erincin) e a quem esse, após certo tempo, propõe casamento.

Tão equivocado quanto a sua trilha é o teor místico buscado por esse filme (lembrando que ambos se encontram de alguma forma vinculados, já que Arvo Pärt, é um compositor habitualmente utilizado por cineastas que também buscam a representação de um viés místico, como Malick em filmes tampouco bem sucedidos como Amor Pleno). Mais que menos bem sucedido, no entanto, o filme de Erdem chega a ser constrangedor em seu próprio caráter pretensioso e banal ou simplesmente confuso com o qual tenta explorar seu teor místico.  É fato que poucos foram os cineastas que foram bem sucedidos nessa empreitada, e essa produção infelizmente não é exceção. As mulheres possuem uma dimensão algo feiticeira-xamânica. Mesmo a proposta do filme sendo longe de realista, tal chave não é necessariamente a senha para que os personagens ajam de maneira apatetada como Akman, ao menos três tons acima do necessário, o faz. A relação de sua personagem com a moça que “descobre” escondida pelo bosque parece trair um componente lésbico não efetivado, cuja energia é canalizada para suas excêntricas (e tolas) brincadeiras.  A repetição e a falta de rumo se tornam mais enfáticos por ele também sofrer de um mal quase crônico dentre cineastas que também se aventuram em se tornar montadores de seus filmes.  É o que sinaliza a complacência com sua desnecessária metragem. Destaque para sua bela fotografia. Atlantik Film/Bredok Filmproduction/KMBO. 120 minutos.

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