Filme do Dia: El Perfecto David (2021), Felipe Gomez Aparicio

 


El Perfecto David (Argentina/Uruguai, 2021). Direção Felipe Gomez Aparicio. Rot. Original Leandro Custo & Felipe Gomez Aparicio. Fotografia Adolpho Veloso. Montagem Federico Peretti. Com Mauricio Di Yorio, Umbra Colombo, Diego Starosta, Pablo Stafolarrini, Germé

David (Di Yorio) é um garoto que modela seu corpo, ao sabor de sua mãe, Juana (Colombo), com o intuito de fazer com que o filho participe em competições de fisioculturismo, ao mesmo tempo que tira moldes de gesso de seu busto para exposições artísticas e o leva pessoalmente a uma. As relações de David com seus colegas de colégio se estremecem, após ele esmurrar um garoto que fizera uma provável alusão ao seu fracasso no sexo, com uma garota que também estuda na mesma instituição.

De clichê em clichê esse filme nos arrasta, mais que nos envolve, em seu medonho sensacionalismo e vazio. E com a empáfia de se querer profundo, faz uso de temas que, caso bem elaborados, serviriam melhor sob a chave melodramática convencional e despudorada. E o rosário de lugares-comuns envolvendo a obsessão pelo corpo, a impotência, o uso de anabolizantes, as reações furiosas. E ainda de lambuja, uma mãe dominadora, personagem de longe a mais caricata, obsedada que é pelo corpo do filho e por seus interesses inconfessáveis, ao qual não falta uma cara próxima de cientista maluca – a mãe da versão prometeica que veio sob a forma de um adolescente argentino introspectivo. Ao final de contas, o filme não consegue avançar em nada do que esboça, seja a relação mãe-filho, de David com os colegas de escolas, e mesmo sua relação com o fisioculturismo – depois de um momento de fúria e destempero, que parece haver uma superação ao final, David é observado atento em uma competição. |Oh My Gomez! Films/Primo/Roberto Me Dejó Films. 75 minutos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: El Despojo (1960), Antonio Reynoso

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng