Filme do Dia: Les Vacances de Max (1914), Max Linder

 


Les Vacances de Max (França, 1914). Direção e Rot. Original: Max Linder. Com: Max Linder, Lucy d’Orbel, Georges Gorby, Gaby Morlay.

Max (Linder) recebe um convite de um tio (Gorby) para se juntar a ele em suas férias, convite que não é estendido a sua esposa (d’Orbel), que chora inconsolável. Ao se despedir, ainda bastante desconsolada, ela permanece no trem que parte. Já na cidade do tio, decide-se que ela ficará na mala, no lugar das roupas, o que se torna uma bagagem bastante pesada, como comprova o empregado do tio. Esse último é quem finda por levar a pesada bagagem. Após fazer vários malabarismos para esconder a esposa, o tio a descobre na pior situação possível, quando entra em sua banheira. Exaltado, expulsa-a de casa. Após Max explicar que são casados, o tio a aceita.

O estilo de encenação parece evocativo  da produtora norte-americana Vitagraph, com os personagens bastante próximos da câmera. A fotografia é de grandde limpidez, o que associada a boa preservação da cópia em questão, propicia um prazer aos olhos.  Para que a mulher aparente caber no espaço exíguo da mala, faz-se uso de trucagens com a montagem no momento em que ela “entra” e “sai” da mala. A submissão da mulher, que se preza a passar por uns mal bocados tornando-se conteúdo da mala, banco improvisado para Max tirar os sapatos ou se enfiando numa chaminé e saindo com fuligem da mesma (não tanto quanto se imaginaria) seria certamente a fonte do elemento cômico. A pose imóvel do tio a apresentar, com toda gravidade moral, a necessidade da esposa de Max sair da banheira, do banheiro e da sua casa, é similarmente herdeira do teatro melodramático, tal qual a do marido que vê a esposa insultada por um cigano ao início de As Aventuras de Dollie (1908), de Griffith. Em termos de roteiro, não fica claro porque Max não pode revelar ao tio desde o início que é casado, o que pouparia todo o sofrimento infligido a esposa. Segunda participação em um filme de Gaby Morlay, de longeva carreira no cinema francês (O Prazer, de 1953, para ficar em um único exemplo). Pathé Frérès. 16 minutos e 29 segundos.

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